segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Delegado denuncia goleiro Bruno pelo assassinato da modelo Eliza Samudio

O delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa, afirmou na tarde de sexta-feira que o goleiro Bruno Fernandes, do Flamengo, planejou a morte de sua ex-amante, Eliza Samudio, em fevereiro, quando contratou para a execução o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, por R$ 3.000,00. Moreira apresentou 14 provas para explicar o indiciamento de Bruno e de mais oito acusados do crime. Segundo Moreira, Bruno aproveitou o intervalo do Campeonato Brasileiro durante a Copa da África do Sul (em junho) para colocar em prática o plano de matar Eliza. O motivo seria o filho, de cinco meses, que Eliza tentava provar na Justiça que é do jogador. Na versão da Polícia Civil de Minas Gerais, Bruno tentou reconquistar a jovem e a atraiu para o Rio de Janeiro. No dia 4 de junho, teve início o plano de execução. Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão (amigo de Bruno) e o adolescente de 17 anos, primo do goleiro, buscaram Eliza em um hotel, e disseram que iriam levá-la para a casa de Bruno, no Recreio dos Bandeirantes (zona oeste do Rio de Janeiro). O delegado afirma que a frase "o Bruno é um babaca", dita por Macarrão durante o trajeto, era a senha para que o adolescente saísse da mala da caminhonete Range Rover, onde estava escondido, e atacasse Eliza. O adolescente deu três coronhadas na cabeça de Eliza, que reagiu e deixou o primo de Bruno machucado. Segundo Moreira, exames de DNA comprovaram que as manchas de sangue encontradas no carro eram de Eliza e do adolescente. O delegado afirmou que foi usado um copo plástico no qual o jovem bebeu água para fazer o exame. Ao chegar na casa de Bruno, Eliza foi recebida por Fernanda Gomes de Castro, outra amante de Bruno. Fernanda ajudou a cuidar do filho de Eliza. De acordo com a polícia, durante todo o dia, Macarrão e o adolescente falaram com Bruno por celular. No dia 5 de junho, Bruno chegou em sua casa, após um jogo do Flamengo, e todos viajaram para Minas Gerais, em dois carros separados. Moreira afirma que foi possível comprovar a viagem com a nota de uma lanchonete em Juiz de Fora (MG) e do motel, onde eles fizeram uma parada, em Contagem (MG). O primo de Bruno, Sérgio Rosa Sales (o Camelo) chegou no motel. No dia seguinte, todos chegaram ao sítio de Bruno, em Esmeraldas (MG). No dia 8 de junho, Fernanda voltou para o Rio de Janeiro. No dia 9, a mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, chegou ao sítio. De acordo com o delegado, Dayanne discutiu com o Bruno e perguntou se ele estava fazendo algo errado. O goleiro foi até o quarto onde estava Eliza e falou para Dayanne: "Vou dar um jeito nela". Com o fim do inquérito, o delegado concluiu que a data da morte de Eliza seria 10 de junho, e não dia 9, como foi divulgado pela polícia anteriormente. No dia 10, Macarrão, o adolescente e Camelo levaram Eliza, a criança e uma mala vermelha em um Ford EcoSport até a região de Pampulha, em Belo Horizonte, onde encontraram o Bola (também conhecido como Paulista ou Neném). Todos foram então para a casa de Bola em Vespasiano (MG), onde Eliza foi morta por asfixia. De acordo com Moreira, Bola pediu para todos saírem do local e, depois, voltou com um saco onde estava o corpo de Eliza. Bola foi até o canil e, segundo depoimento do adolescente, atirou uma das mãos para os cachorros. Depois da morte, o filho de Eliza ficou com Bruno. A volta dos envolvidos para o Rio de Janeiro aconteceu junto com o Time 100%, equipe de futebol mineira patrocinada por Bruno. Moreira afirmou que todo ano o time era levado para o Rio de Janeiro e a viagem foi usada como pretexto para o retorno ao Rio de Janeiro. Segundo a polícia, o sangue encontrado na parte traseira do carro Range Rover teve resultado positivo na comparação com o de Eliza, que levou três coronhadas do adolescente dentro do carro. Outra prova é o registro do GPS do carro de Bruno, que mostra o trajeto percorrido com Eliza do Rio de Janeiro até Minas Gerais. A polícia também informou que amigas e parentes de Eliza reconheceram as sandálias e o par de óculos encontrados no carro de Bruno como sendo de Eliza. Uma fralda foi encontrada na suíte do motel onde os envolvidos passaram a noite em Contagem. No notebook de Macarrão, a polícia encontrou um contrato que seria firmado entre Eliza e Bruno, com a data de 8 de junho, e uma procuração em branco. Bruno foi indiciado por homicídio, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores. A polícia concluiu o inquérito na última quinta-feira e encaminhou o documento de 1.600 páginas para a Justiça na sexta-feira. Também foram indiciados pelos mesmos crimes os demais envolvidos: Luiz Henrique Ferreira Romão (Macarrão), Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza (Coxinha), Dayane Rodriques do Carmo Souza (mulher de Bruno), Elenilson Vitor da Silva, Sérgio Rosa Sales (Camelo, primo de Bruna) e Fernanda Gomes de Castro (amante de Bruno). O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos (Bola) foi indiciado por homicídio qualificado, formação de quadrilha e ocultação de cadáver.

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