segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ministro Mantega foi alvo de dossiê feito por bancários do PT

Na briga por cargos e poder na administração do presidente Lula, até o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi alvo de um dossiê apócrifo que o próprio governo identifica como elaborado pela ala do partido egressa do sindicalismo bancário. O material traz acusações de tráfico de influência no Banco do Brasil contra a filha de Guido Mantega, a modelo Marina. No final de abril, o papel foi enviado para a presidência do Banco do Brasil, para o gabinete de Guido Mantega e para a Casa Civil. O objetivo era forçar o ministro a desistir de nomear Paulo Cafarelli, vice-presidente do Banco do Brasil, para a presidência da Previ (fundo de pensão dos funcionários do banco), um monumento de R$ 150 bilhões de patrimônio. Caffarelli acabou preterido por ordem do Planalto, mas os bancários também saíram enfraquecidos. O nome por eles defendido para assumir a presidência da Previ, Joílson Ferreira, não foi escolhido. Além disso, os dois principais expoentes do grupo, o ex-presidente do PT, deputado federal Ricardo Berzoini, e o ex-presidente da Previ, Sérgio Rosa, perderam espaço no governo e foram alijados da campanha de Dilma Rousseff à Presidência. O dossiê produzido pelos aloprados petista bancários traz dados inverídicos. Diz, por exemplo, que Caffarelli autorizou, quando esteve na Previ (foi gerente de investimentos imobiliários, entre 1999 e 2000), aplicações em títulos e ações desastrosas para o fundo. Sua área, porém, não tinha relação com renda variável. Mas o documento relata também que Marina Mantega esteve com Caffarelli para encaminhar pleitos por diversas vezes na sede do Banco do Brasil, em São Paulo. Segundo Caffarelli, os encontros realmente ocorreram. Marina Mantega nega. Caffarelli disse que a recebeu em três ocasiões e contou, de forma genérica, quais foram os pedidos. Mas afirmou que nenhum foi levado adiante. Na versão dele, o primeiro pedido foi para a abertura de conta para a loja de uma amiga. Na segunda ocasião, ela teria solicitado informações sobre uma linha de crédito para exportação de frango. Na terceira, queria renegociar dívidas de uma empresa. No caso, tratava-se da Gradiente. Marina Mantega namora um dos sócios da empresa, o empresário petista Ricardo Staub.

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