quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Petralhas da Receita Federal também acessaram dados de Ana Maria Braga

O computador que violou os sigilos fiscais de quatro tucanos também foi usado para abrir e imprimir a declaração de renda da apresentadora Ana Maria Braga, da Rede Globo. Os dados de Ana Maria foram acessados às 11h15 do dia 16 de novembro do ano passado no computador da servidora Adeildda Ferreira Leão dos Santos, na delegacia da Receita Federal em Mauá (SP). Semanas antes, no dia 8 de outubro, o mesmo equipamento acessou os dados do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e de três pessoas ligadas ao alto comando do partido. A consulta aos dados fiscais de Ana Maria Braga está na página 433 do processo aberto pela Corregedoria da Receita Federal para investigar o episódio envolvendo o estupro pelos petralhas dos dados de Eduardo Jorge, secretário nacional do PSDB. A apresentadora não tem qualquer relação tributária na região de Mauá, na Grande São Paulo, onde se deu o estupro dos dados pelos petralhas da Receita Federal. A declaração de renda de Ana Maria Braga é feita na cidade de São Paulo, onde ela reside. No processo da corregedoria há a relação de pedidos feitos pelos próprios contribuintes à agência de Mauá para obter cópias das declarações de renda. O nome de Ana Maria Braga não aparece nesses pedidos. A Receita montou uma tabela com todos os acessos feitos, entre agosto e dezembro de 2009, a partir do computador de Adeildda e de mais duas servidoras consideradas suspeitas de violarem os dados dos tucanos. No quadro, há a data, o horário, o computador de origem e o CPF do contribuinte alvo do acesso dos petralhas Receita Federal. O CPF de Ana Maria Braga aparece em uma consulta realizada em 16 de novembro por meio do computador identificado como (IP) "10.58.56.17", o mesmo usado para acessar as informações dos tucanos. A investigação da Receita e os depoimentos de pelo menos oito funcionários da agência revelam, no mínimo, um descontrole de senhas e acessos a dados considerados sigilosos de contribuintes brasileiros. As funcionárias investigadas no episódio das pessoas ligadas ao PSDB negam envolvimento com as consultas. Dona da senha que abriu essas informações, a servidora Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva alega que repassou o código a colegas de trabalho e diz que não tem responsabilidade no caso. É muito engraçado, se ela repassou sua senha funcional, que é de uso exclusivo dela, sob sigilo, como é que ela não tem responsabilidade? Esta funcionária tem mais um detalhe, é sindicaleira.

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