quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Tesoureiro de Serra comanda tentativa desesperada para ajudar seu candidato

"Não podemos nos acoelhar! Temos que perder a cerimônia e ocupar a rua! Temos que perder a timidez!", discursou inflamado, nesta quinta-feira, o ex-ministro da Justiça e tesoureiro da campanha de José Serra (PSDB), José Gregori, em uma manifestação no viaduto do chá, centro de São Paulo, que reuniu diminutas 200 pessoas, entre militantes tucanos e curiosos. O comício ocorreu no dia em que pesquisa Datafolha revelou que a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, abriu vantagem de 20 pontos sobre Serra. O objetivo da manifestação, segundo as principais lideranças, era o de convocar a militância tucana às ruas. Mas, o ato pode ter alcançado justamente a intenção oposta. Dentre os principais apoiadores de Serra, compareceram, além de Gregori, o presidente do PPS, Robreto Freire, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM) e o secretário de educação do Estado, Paulo Renato Souza (PSDB). "A democracia tem certas regras. Uma delas é você, numa eleição, debater, lutar até o ultimo minuto. Essa coisa de considerar que já há um vencedor e um vencido, quase 40 dias antes da eleição, é uma coisa que cheira a pré-fascimo", disse Gregori. Questionado sobre o motivo da volta do PSDB às ruas depois de tanto tempo ausente, o tesoureiro de Serra afirmou que "nunca é tarde" para voltar a ocupá-las. É tarde, sim, depois de oito anos, não é agora que isso irá mudar o resultado eleitoral. "A luta democrática não dispensa a praça, a praça do povo. Eu acho que nunca é tarde para você iniciar um debate mais agudo, mais intenso", disse Gregori, atacando as pesquisas eleitorais: "Estão querendo se sobrepor às urnas com as pesquisas. As pesquisas no Brasil, infelizmente, estão funcionando como uma espécie de mortalha da democracia. É uma coisa que nenhum democrata, nenhum tucano e nenhum petista pode admitir".

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