quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Juiz vai investigar se procuração falsa da filha de José Serra saiu de cartório

O juiz Márcio Martins Bonilha, corregedor dos tabelionatos e cartórios de registros civis de São Paulo, abriu uma investigação sobre a participação do 16º Tabelião de Notas de São Paulo na falsificação da procuração usada para violar o sigilo fiscal da filha do candidato do tucano José Serra, Veronica Serra. Segundo o juiz, no dia 10 de setembro, duas escreventes do cartório irão prestar depoimento sobre o caso. Na abertura da investigação, o juiz ressaltou que foi o próprio tabelião Fábio Tadeu Bisognin que noticiou a Justiça sobre o caso, o qual disse: "A falsificação do reconhecimento de firma é grosseira. Veronica Serra nunca teve cartão de assinatura neste cartório". Bisognin apontou seis irregularidades na autenticação: 1) o nome dele está grafado de modo incorreto no documento; 2) há falta do número do cartão de assinatura; 3) o código de segurança é falso; 4) a assinatura da escrevente é falsa; 5) a marca holográfica não é autêntica e 6) o selo colado na procuração foi retirado de um documento emitido em 18 de setembro de 2008. A Receita Federal, que havia divulgado a procuração como se fosse legal, não teve outra saída, e reconheceu na quarta-feira que a mesma é uma grotesca falsificação. Veronica Serra também não reconheceu a sua assinatura. Nesta quinta-feira, a Justiça Federal acolheu pedido da Polícia Federal e ordenou devassa nos computadores dos suspeitos de envolvimento na quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas a Serra. A decisão da 12ª Vara Federal atinge todo o grupo de servidores da Receita Federal cujas senhas e terminais foram usados para vasculhar as declarações de renda e de bens dos tucanos. A Polícia Federal já recolheu os computadores e deu início à perícia. Ou seja, agora mesmo é que as chances de sucesso na investigação chegam a zero. Ou tem a possibilidade de Monica Serra ainda ser indiciada por ter deixado violar seu sigilo.

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