sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Ações da Petrobras caem mais de 2%

O mercado castiga as ações da Petrobras, o que tem intensificado a desvalorização da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), devido ao peso desses papéis na composição do índice Ibovespa (o "termômetro" dos negócios na praça financeira). O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, retrocedeu 0,88% no fechamento desta quinta-feira, caindo para os 68.918 pontos. O giro financeiro foi de R$ 11 bilhões, bem acima da média do mês de setembro (R$ 6,7 bilhões/dia). Nesta quinta-feira, o volume foi inflado pela oferta pública de ações da Net (TV por assinatura), que movimentou R$ 3,3 bilhões. Após perda de 4% na quarta-feira, a ação preferencial da Petrobras desvalorizou 2,16%, com volume financeiro de 1,49 bilhão. Já a ação ordinária perdeu 2,98%, tendo um giro de R$ 405 milhões. Analistas avaliam que os ativos da estatal petrolífera repercutem, de um lado, a aversão de alguns investidores ao "risco político" embutido na companhia; de outro, alguma decepção pelo fato da ação não ter "deslanchado" com o fim da capitalização. E recentemente, grandes bancos lançaram relatórios com avaliações desfavoráveis sobre a companhia. Na quarta-feira, o Barclays Capital rebaixou sua recomendação para os ADRs (recibo de ações negociadas nos Estados Unidos) preferenciais da Petrobras. Segundo o banco, o rebaixamento se deve à "diluição" do ganho dos acionistas, à expectativa de retorno baixo por conta dos investimentos, aos custos ambientais crescentes e à necessidade de nova capitalização até 2014. Na véspera, o Itaú BBA também havia rebaixado a estatal. O banco afirma que os US$ 8,51 atribuídos ao petróleo no pré-sal ficaram US$ 2 acima do preço justo. O mercado não suporta o fato de que o governo Lula tomou uma larga fatia de controle da Petrobras só por operação contábil, sem fazer aporte de um centavo no empresa. As ações da Petrobrás só fazem cair no mercado há muitos meses.

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