terça-feira, 5 de outubro de 2010

Dólar fecha a R$ 1,67, menor taxa em 25 meses, e Brasil está exposto à concorrência predatória

Um dia após o governo Lula ter lançado mão de sua medida mais "agressiva" dos últimos anos para tentar conter a valorização do real, a taxa de câmbio retrocedeu para o seu menor patamar em 25 meses. O dólar comercial foi vendido por R$ 1,675, em queda de 1%, nas últimas operações desta terça-feira. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,701 e R$ 1,673. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,800 para venda e por R$ 1,630 para compra. O Banco Central manteve a prática regular de comprar dólares em dois períodos do dia, por volta das 12 horas e pouco antes das 16 horas, aceitando ofertas por R$ 1,6823 no primeiro caso e R$ 1,6745 (taxa de corte). Nessas operações, a autoridade monetária não informa imediatamente a quantia de moeda adquirida. Na segunda-feira à noite o governo Lula anunciou a elevação do IOF cobrado sobre aplicações de estrangeiros em renda fixa no País, de 2% para 4%, como forma de conter a valorização excessiva do real frente ao dólar. Apesar dessa medida, a cotação da moeda americana desvalorizou durante toda a jornada de negócios desta terça-feira, o que levou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a pedir "calma". Diz José Raymundo de Faria Jr., da consultoria Wagner Investimentos: "Acho que o Mantega deu azar, porque hoje foi um dia em que o banco central japonês baixou os juros, que a Moody's fez declarações favoráveis sobre o Brasil, e até sobre a Grécia. Só o fato do Japão ter reduzido os juros básicos já autoriza ainda mais as operações de carregamento (carry trade)". O "carry trade" é um termo utilizado pelo mercado para identificar as operações em que grandes agentes financeiros tomam dinheiro em praças financeiras com juros bastante baixos (como Japão e Estados Unidos), e aplicam em ativos financeiros em mercados que praticam taxas maiores, a exemplo do Brasil. Analistas atribuem a essa arbitragem entre os juros domésticos e internacionais uma razão principal da queda das taxas no mercado interno. A queda do dólar no Brasil, e a valorização do real, é altamente danosa para a economia nacional. Com a desvalorização do dólar, as importações de quaisquer badulaques aumentam de maneira exponencial. Já os produtos brasileiros perdem imensamente em competitividade no mercado internacional, detonando as exportações brasileiras. Para combater a sobrevalorização do real, o governo lulista vai ao mercado e começa a comprar dólares em grandes quantidades, que irão para as reservas monetárias nacionais. Ocorre que, para ter recursos para a compra de dólares, o governo Lula emite títulos, e aumenta brutalmente a dívida interna. E esta dívida interna tem um custo de rolagem muito mais caro do que a compra dos dólares. Resultado: uma desgraça total. Só não vêem os oposicionistas concordinos deste País que são incapazes de criticar a política cambial suicida e anti-nacional do governo Lula.

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