sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Equador decreta estado de exceção após protestos de policiais

O governo do Equador decretou nesta quinta-feira estado de exceção por uma semana em todo o território nacional e delegou o policiamento e a segurança interna e externa do país às Forças Armadas como reação ao amplo protesto de policiais e de parte dos militares contra o governo. As manifestações foram motivadas por uma lei do governo aprovada do fascista bolivariano Rafael Correa que reduz benefícios salariais da polícia. O estado de exceção pode ser decretado pelo presidente do país em situações de emergência. A medida extrema inclui a suspensão temporária das garantias constitucionais, a possibilidade de decretar o toque de recolher e dá às Forças Armadas amplos direitos, como o de voz de prisão, para garantir a segurança nacional. O presidente Rafael Correa, que precisou usar máscara de gás para deixar um quartel, foi duro em suas declarações aos policiais e disse que os manifestantes "são um grupo de bandidos ingratos". Correa, que está hospitalizado e cercado por policiais em protesto, acusou ainda a oposição de tentar um golpe. Na verdade é ele que está se aproveitando do baguncismo de policiais sem controle para instaurar regime ditadorial, objetivando fechar o Congresso Nacional. Esse tipo de golpe é conhecido, foi tentado em 1961, no Brasil, pelo populista Jânio Quadros. Centenas de agentes das forças de segurança do Equador saíram às ruas da capital Quito e ao menos outras duas cidades em um protesto em massa contra a lei do governo nesta quinta-feira. O aeroporto de Quito foi fechado e suas operações canceladas após uma pista ser tomada por cerca de 120 militares que apóiam os protestos. Policiais tomaram a sede do Congresso. Um grupo de membros da Força Aérea aderiu às manifestações e tomou o aeroporto internacional de Quito. Os agentes também protestam em outros quartéis de Guayaquil (sudoeste) e Cuenca (sul). O ministro coordenador de Segurança Interna e Externa equatoriano, Miguel Carvajal, afirmou que a situação é "delicada" e que os protestos constituem um processo de "desestabilização do governo e da democracia". Ora, há muito que o Equador não passa de um republiqueta bananera. Correa advertiu aos policiais que não cederá ante os protestos da polícia: "Não darei nenhum passo atrás. Se quiserem, tomem os quartéis, se quiserem deixar a cidadania indefesa e se quiserem trair sua missão de policiais. Se quiserem matar o presidente, aqui estou, matem-no se tiverem vontade, matem-no se tiverem poder, matem-no se tiverem coragem ao invés de fiar covardemente escondido na multidão. Se quiserem destruir a pátria, aí está! Mas o presidente não dará nem um passo atrás". É, nitidamente, fala de um filhote de Mussolini. O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, conseguiu no fim da tarde, entrar no hospital policial onde está internado o presidente Rafael Correa. Civis partidários ao fascistóide Correa que tentavam se aproximar do hospital eram rechaçados pelos policiais amotinados. Ao tentar dialogar, mais cedo, Correa foi agredido, sendo atingido por bombas de gases lacrimogêneos. Logo depois, ele foi levado ao hospital, onde seus contatos foram feitos apenas por telefone. O governo do Equador ordenou que todos os canais de televisão e rádio do país interrompam sua programação e exibam apenas o sinal dos meios estatais. A medida faz parte da estratégia de Quito, que decretou estado de exceção no país, para controlar os protestos de centenas de policiais contra o governo por ume medida que reduz os benefícios salariais dos policiais e militares. Pouco após o decreto de exceção, a Secretaria Nacional de Comunicação da Presidência enviou um e-mail aos diretores dos canais de televisão e rádio no qual exigiu que eles se conectem à Ecuador TV e à Radio Pública, respectivamente.

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