quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Evangélicos do Espírito Santo escolhem Serra contra aborto, Sarney e José Zé Dirceu

O Fórum Político Evangélico do Espírito Santo e a Associação dos Pastores Evangélicos da Grande Vitória anunciaram que vão fazer campanha contra a candidata petista Dilma Roussef no Espírito Santo. Hoje, estima-se que um terço da população capixaba seja evangélica, o que significa cerca de 1,2 milhão de pessoas. Segundo o pastor Enock de Castro, presidente da associação dos pastores evangélicos, a posição foi tomada depois de uma consulta às diversas igrejas associadas às duas entidades. “Entre 80% e 90% dos evangélicos tendem a votar em José Serra. O risco é grande de vermos alguns princípios religiosos serem afetados. Há uma posição da Dilma em defesa do aborto, da união civil entre pessoas do mesmo sexo e proibição de proferir religião em órgãos públicos, que são coisas que não podemos aceitar”, disse ele ao justificar a posição. Já o presidente do Fórum Político Evangélico do Espírito Santo, Lauro Cruz, afirmou que a postura tucana preocupa menos. “O posicionamento histórico de Dilma gera apreensão. Ela é a favor do aborto, embora tenha negado isso. A postura de Serra preocupa menos do que a de Dilma e dos males vamos escolher o menor”, frisou. Outro ponto apontado pelas lideranças evangélicas capixabas contra a petista foram as alianças políticas firmadas pelo PT para viabilizar a candidatura da ex-ministra. “Ao lado dela estão José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros e José Dirceu. Não são políticos confiáveis”, comentou Cruz. No primeiro turno as duas entidades evangélicas apoiaram a candidata do PV, Marina da Silva, e chegaram mesmo a subir no palanque dela quando esteve em Vitória, no final de setembro. “Esperamos um posição neutra da Marina”, afirmou Castro. Outra entidade evangélica capixaba, a Convenção das Assembléias de Deus, foi ainda mais longe e assegurou apoio ao tucano. “Quando aceitamos um membro avaliamos sua conduta. Alguém para presidir uma família tão grande como a brasileira tem que ter uma raiz, que é a família. Na campanha, José Serra se apresentou junto com a família. É assim que tem que ser e vamos orientar os fiéis nesse sentido”, disse Osmar de Moura, presidente da Convenção. Já a Igreja Católica, por meio da Arquidiocese de Vitória, lançou um documento oficial assinado pelo Arcebispo Luiz Mancilla Vilela, condenando quem apoia questões como o aborto, a violação à liberdade de expressão e religiosa. “Não vote naqueles que defendem um falso conceito de direitos humanos, por exemplo, colocando como se fosse direito: a violação da liberdade de expressão, o direito de matar o ser humano no seio materno, o direito de adoção de crianças quando faltam as qualidades de mãe ou de pai, o direito de violar a liberdade religiosa impedindo que cada religião use os seus símbolos sagrados. Estes não merecem o seu voto de católico", escreveu o Arcebispo. No domingo da eleição, alguns padres católicos chegaram mesmo a pregar contra o voto em Dilma Roussef durante a homilia das missas matinais. Um dos exemplos foi a Igreja de Santa Rita, localizado na Praia do Canto, um bairro nobre da capital capixaba. No Espírito Santo, houve uma vitória apertada da candidata petista: Dilma conquistou 37,25% dos votos válidos, o que corresponde a 717.417 votos; Serra obteve 35,44%, o que equivale a 685.590 votos, e Marina Silva (PV), recebeu 26,26% dos votos capixabas, ou seja, 505.734 votos.

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