segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Presidente do STJ cala sobre demissão violenta de estagiário

O presidente do Superior Tribunal de Justiça, Ari Pargendler, mandou dizer por meio de sua assessoria, nesta segunda-feira, que não vai se pronunciar sobre o episódio da demissão violenta e humilhante do estagiário, Marco Paulo dos Santos. O ministro preferiu ficar em silêncio. O estagiário Marco foi “humilhado” e em seguida demitido pelo fato de estar imediatamente atrás do presidente do Tribunal, na fila, no momento em que o ministro usava um caixa eletrônico, localizado no interior da Corte. Incomodado com a proximidade de Marco, Pargendler disparou: “Você quer sair daqui por que estou fazendo uma transação pessoal?" Marco: “Mas estou atrás da linha de espera”. O ministro: “Sai daqui. Vai fazer o que você tem quer fazer em outro lugar”. Marco tentou explicar ao ministro que o único caixa para depósito disponível era aquele e que por isso aguardaria no local. Diante da resposta, Pargendler perdeu a calma e disse: “Sou Ari Pargendler, presidente do STJ, e você está demitido, está fora daqui”. Após o episódio, Marco deu queixa na 5ª Delegacia da Polícia Civil do Distrito Federal. O boletim de ocorrência, que tem como motivo “injúria real”, recebeu o número 5019/10. Ele é assinado pelo delegado Laércio Rossetto. Por não ter “competência legal” para investigar o caso, o delegado enviou o Boletim de Ocorrência ao Supremo Tribunal Federal. Mas, segundo assessoria do Supremo, existem dois caminhos: 1) é designado um ministro relator que pode determinar abertura imediata de inquérito para que sejam ouvidos os envolvidos; 2) o ministro relator encaminha o caso diretamente à Procuradoria Geral da República para que seja dado um parecer. Ainda de acordo com a assessoria do Supremo, caso seja configurado crime contra a honra de Marco, o ministro Ari Pargendler receberá uma notificação. E terá a opção de se retratar ou não. Caso opte por não pedir desculpa, segundo o Supremo, nada acontece ao ministro, e o caso fica por isso mesmo. Não é mesmo uma maravilha? Agora pense ao contrário: imagine ofender e humilhar um juiz?

2 comentários:

Unknown disse...

Hora do povo brasileiro se utilizar de um exemplo e oportunidade dado por um estagiário, para exigir e lutar por nossos direitos.
Devemos obedecer a regras da igualdade, respeito, cidadania, da LEIS.
E por que não os magristrados? Podem simplesmente se calar para que caia no esquecimento?
Por que somos cidadãos trabalhadores que ganhamos salário mínimo e já eramos, já eramos, já eramos? Vamos nos mobilizar. Precisamos de ajuda não pode ficar por isso mesmo!!!! Foi humilhante, repugnante e inacreditável. fabcas@bol.com.br

Joranation disse...

Não é apenas pela agressão verbal e física, mas além do constrangimento público vem o prejuízo do estágio e da profissão do rapaz bem como dos vencimentos ou remunerações mensais que deixou de perceber.
Indigna-me o Conselho Federal de Administração e bem como as Universidades ou Faculdades de Administração não se manifestarem sobre tamanha agressão profissional além da violação de direitos fundamentais.
Uni-vos profissionais e defendei-vos dos "monstros", conforme Nietzsche "sem se tornar monstros".
Joranation