domingo, 10 de outubro de 2010

Salário mínimo de R$ 600,00 proposto por Serra divide centrais sindicais

A iniciativa do candidato do PSDB, José Serra, de prometer um salário mínimo de R$ 600,00 para 2011 vai colocar o atual governo e as centrais sindicais numa saia justa. Já está acertado que, no caso de vitória da candidata petista Dilma Rousseff, haverá uma negociação, ainda este ano, para decidir o valor do piso salarial. "As centrais vão defender R$ 560,00", disse o presidente da petista Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva Santos. A CUT é a principal aliada do presidente Lula no meio sindical. "Vamos defender a política permanente de ganho real no salário mínimo", disse. "Não interessa dar R$ 600,00 já em 2011 e depois não ter política nenhuma, como o PSDB sempre faz", disse o pelegão petista. Ele acrescentou que os tucanos "sempre disseram" que reajustes elevados para o salário mínimo poderiam quebrar a previdência e trazer de volta a inflação. "No governo Lula, foram dados aumentos reais e isso não aconteceu", afirmou o pelegão Artur Henrique da Silva Santos. Não é certo, porém, que as centrais estejam fechadas em torno dos R$ 560,00. "Você não vai ver as centrais sindicais marchando contra um aumento maior do salário mínimo", disse o primeiro secretário da Força Sindical, Sérgio Luiz Leite: "Se der para chegar em R$ 600,00, ou R$ 610,00 e ainda R$ 650,00 as centrais não vão brigar contra isso". Ele ressalvou que os sindicalistas não vão se pautar pela proposta "eleitoreira" de Serra. "A eleição deturpou a conversa", admitiu o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antônio Neto. Ele disse não ter idéia sobre qual será a proposta das centrais para o governo e explicou que os sindicalistas deverão buscar um entendimento antes de dialogar com o governo. O fato é que a proposta de José Serra pegou a pelegada toda de calça curta.

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