quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Veja como se inventa um fato jornalístico contra José Serra e a favor do PT

O jornal Folha de S. Paulo desta quinta-feira publica matéria com o seguinte título: "Serra ignora perguntas e critica jornal". O subtítulo da matéria explicita mais a intenção filopetista do jornal Folha de S. Paulo: "Tucano acusou "Valor" de fazer "manchete para o PT colocar no horário eleitoral" e reclamou de "pauta petista". O "Valor" a que se refere a linha auxiliar de título é o jornal Valor Econômico, que tem seu controle dividido entre a Folha de S. Paulo e O Globo. Em Porto Alegre, José Serra foi "intimado" pelo jornalista Sérgio Bueno, que trabalha para o Valor Econômico, com uma pergunta bem no molde petista. Interrogou o candidato sobre o engenheiro da Dersa que teria "roubado" dinheiro de sua campanha, conforme "denúncia" da candidata petista Dilma Rousseff no debate na TV Bandeirantes, no último domingo. Ora, o que o jornal Folha de S. Paulo, de maneira petralha, não diz, é que o jornalista gaúcho Sérgio Bueno é marido da deputado federal Luciana Genro (PSOL), filha do peremptório petista Tarso Genro (PT), eleito governador do Rio Grande do Sul e coordenador da campanha de Dilma Rousseff no Estado. Isso é uma profunda desonestidade, um jornal do porte da Folha de S. Paulo e seu agregado Valor Econômico criando factóide para a campanha da candidata petista Dilma Rousseff. Agora lei a matéria que a Folha de S. Paulo publica em sua edição desta quinta-feira, e veja o quanto é desonesta e petista: "O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, criticou ontem a imprensa e acusou o jornal "Valor Econômico" de atuar em favor da adversária Dilma Rousseff (PT). Por duas vezes, o tucano ignorou perguntas de jornalistas, afirmando que eram "pauta petista". "O seu jornal faz manchete para o PT colocar no horário eleitoral", disse Serra, em Porto Alegre, a um jornalista do "Valor", após ser questionado sobre o caso do ex-diretor de engenharia da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto. Segundo reportagem da revista "IstoÉ", que foi usada por Dilma no último debate, o engenheiro "fugiu" com R$ 4 milhões arrecadados extraoficialmente com empreiteiras -ele era responsável pelo controle das maiores obras viárias de São Paulo. "Eu sei que, no caso, vocês não têm interesse na Casa Civil, naquilo que foi desviado. Seu jornal, pelo menos, não tem. Agora, no nosso caso, nós temos. O resto é factóide petista", disse. A resposta de Serra, ao criticar o "Valor", não se referia, no entanto, a Paulo Preto. Fazia menção implícita a uma entrevista com David Zylbersztajn, diretor da ANP (Agência Nacional do Petróleo) no governo FHC, na qual falou sobre sua visão do modelo de concessão do pré-sal. Dilma disse no debate que Zylbersztajn, chamado de "principal assessor energético" de Serra, é a favor da "privatização do pré-sal". A diretora de Redação do "Valor", Vera Brandimarte, lamentou as declarações. "O jornalista [Sérgio Bueno] só estava fazendo o trabalho dele, que é perguntar. Todos os candidatos devem estar dispostos a responder questões, mesmo sobre temas que não lhes agradem", disse. "É lamentável que diante de uma pergunta que não o agradou, o candidato José Serra tenha reagido de forma explosiva, atacando o jornal, ou mesmo o jornalista", afirmou Brandimarte. Em Rio Grande (RS), o tucano negou ter recebido um e-mail com reclamações contra Paulo Preto. A Folha revelou ontem que, em novembro de 2009, o então vice-governador Alberto Goldman (PSDB) mandou um e-mail a Serra criticando a atitude "arrogante" e "vaidosa" de Paulo Preto". O jornalista Sérgio Bueno, conforme dito na matéria, não estava "só fazendo o trabalho dele", ele estava fazendo trabalho a favor da candidata Dilma Rousseff, cuja campanha no Rio Grande do Sul é controlada por seu sogro, o peremptório Tarso Genro. Nenhum jornalista da Folha de S. Paulo, ou do Valor Econômico, cogitou nesta quinta-feira em perguntar à candidata petista Dilma Rousseff sobre sua relação de consultoria privada para o grupo RBS, quando trabalhou na privatização da estatal gaúcha de telefonia, a CRT (Companhia Riograndense de Telecomunicações). Ela trabalhou para o grupo RBS, que acabou comprando a CRT em sociedade com a multinacional espanhola Telefonica. Nenhum jornalista do Brasil inteiro se preocupou em olhar a declaração de bens dela e perguntar se ela recebeu algum daqueles apartamentos como pagamento pela consultoria do grupo RBS, e tampouco se um desses apartamentos foi construído pela empreiteira Maiojama, o braço imobiliário do grupo RBS. A relação de Dilma Rousseff com consultoria para o grupo RBS, enquanto era funcionária pública (e ainda é), da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul, também é um assunto da maior relevância jornalística, mas não desperta o mesmo ímpeto dos bravos jornalistas da Folha de S. Paulo e do Valor Econômico. Não é de hoje que a Folha de S. Paulo tem um viés escandalosamente petista em sua redação. A ombudsman da Folha é Suzana Singer, irmã do ex-porta-voz de Lula, André Singer. Ambos são filhos do economista petista Paul Singer, que ocupa uma das secretarias da Presidência da República. Um articulista de peso no jornal é Claudio Weber Abramo, do clã mais petista do País, o dos Abramo. Seu tio, Perseu Abramo, dá nome à fundação do PT. Sua irmã, Bárbara Abramo, faz o horóscopo petista do jornal. E por aí vai. Claudio Weber Abramo dirige a ong petista Transparência Brasil. E a edição da Folha Online é vergonhosamente pró-petista todos os dias. O jornalismo perdeu a vergonha.

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