sábado, 13 de novembro de 2010

Aneel estuda dar incentivo para "turbinar" usinas

As usinas hidrelétricas brasileiras receberão incentivo econômico para expandirem a atual capacidade instalada. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) vai propor, até junho de 2011, um modelo a partir do qual pretende disciplinar a fórmula de incentivo para esse tipo de investimento. Como toda a conta do setor elétrico, essa também deverá ser paga pelos consumidores. Mas, nesse caso, o custo pode ter como resultado uma boa causa. Com o mecanismo, a agência espera estimular investimentos que resultem no aumento de 4.600 MW da capacidade instalada no País, mais do que uma usina do rio Madeira. O número é apenas uma projeção, podendo inclusive ser maior. A principal vantagem é o ganho de nova energia para abastecer o País sem todos os impactos ambientais e sociais de uma usina nova. Outra vantagem que pode advir dessa expansão é o aumento da confiabilidade do sistema elétrico brasileiro nos chamados "horários de pico", período entre as 18 e 21 horas, em que o consumo de energia dispara no País. O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), responsável pela gestão segundo a segundo do setor elétrico nacional, afirma que o País tem hoje capacidade instalada para abastecer o chamado "horário de pico", mas reconhece que o estímulo para ampliar a capacidade atual pode conferir mais confiabilidade. Hoje, o País tem uma base instalada total (hidrelétricas, termelétricas, eólicas e nuclear) de 110 mil MW, e a carga necessária para energizar a rede brasileira é, em média, de 55 mil MW. Mas o aumento da demanda brasileira também tende a expandir a necessidade nos horários de ponta. Em fevereiro, o País atingiu picos de consumo superiores a 70 mil MW. Segundo Hermes Chipp, diretor-geral do ONS, até 2014 o País tem folga de 35% a 40% nas usinas para atender o horário de alto consumo. No entanto, isso se reduz bastante no período seco, quando os reservatórios das usinas hidrelétricas estão baixos, momento em que a demanda nos horários mais críticos é abastecida com as termelétricas. Essa mudança pode abrir espaço para investimentos de geradores que estão parados há anos, como a Cesp (Companhia Energética de São Paulo). A Cesp pode elevar em quase 1.000 MW a capacidade atual, com projetos de montagem das quatro máquinas finais em Porto Primavera e das três finais em Três Irmãos.

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