quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Bank of Ireland vende coleção de artes e gera protestos

O Bank of Ireland, o segundo da Irlanda, iniciou na noite de quarta-feira, em Dublin, a venda de sua prestigiada coleção de arte que reúne duas mil obras, abrindo uma polêmica. No total, 144 dos 145 quadros e esculturas colocados à venda resultaram em 1,5 milhão de euros, conforme a Casa de leilões Adam's. A peça mais cara, "Clouds at Sunset", de Paul Henry, foi vendida por 66 mil euros. O evento atraiu "mais de 4.000 visitantes", precisou a Adam's. O interesse foi tamanho que o leilão precisou ser deslocado para um local mais espaçoso: o salão de baile de um famoso hotel do centro de Dublin. O Estado foi obrigado a ajudar os bancos irlandeses com 50 bilhões de euros, após sua quase falência, devido à explosão de uma bolha imobiliária. Mas isto não foi suficiente e Dublin precisou apelar nesta semana à União Européia e ao Fundo Monetário International (FMI), que colocaram em prática um amplo plano de ajuda de 85 bilhões de euros. O Bank of Ireland possui, hoje, 36% em poder do Estado. O governo da Irlanda anunciou em 24 de novembro um pacote de austeridade para os próximos quatro anos. Cerca de "40% dos conteúdos" do plano, que contempla cortes de 15 bilhões de euros, pretendem reduzir o déficit público de até 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014. Neste ano, o deficit chegou a 32% do PIB (Produto Interno Bruto), uma consequência do custo das ajudas governamentais ao setor bancário, muito afetado pela crise financeira internacional.

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