quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Bope e blindados entram em favela no Rio de Janeiro e bandidos fogem

Cerca de 200 homens da Polícia Civil do Rio de Janeiro se concentraram por volta das 14h30 desta quinta-feira na rua Nossa Senhora da Penha, na entrada da favela da Vila Cruzeiro, na zona norte do Rio de Janeiro. A seguir ingressaram na favela e fizeram uma ação contra os bandidos. Imagens da GloboNews mostravam criminosos fugindo, com a aproximação dos policiais. Os policiais participaram de uma operação na favela do Jacarezinho que ocorreu mais cedo, e depois foram enviados à Vila Cruzeiro. Eles são de unidades como Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), Decodi (Delegacia de Costumes e Diversões) e Polinter (Polícia Interestadual). Além dos policiais civis, cerca de 150 policiais militares do Bope (Batalhão de Operações Especiais) também participam da operação. Pelo menos dois veículos blindados, conhecidos como Caveirão, e outros 11 veículos da polícia foram deslocados para o local. Três tanques blindados cedidos pela Marinha brasileira, mais potentes que o M113, também chegaram na entrada da favela. É a primeira vez que a Polícia Militar do Rio de Janeiro usa tanques da Marinha. Os veículos foram solicitados para ajudar a atravessar bloqueios feitos por traficantes nos os principais acessos à favela. Na quarta-feira, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), que se jactava das maravilhas da política da UPP, pediu apoio à Marinha para conter a onda de ataques que ocorrem no Estado. Desde o fim de semana o Rio de Janeiro vem sofrendo uma série de ataques criminosos. O balanço geral até agora é de 27 mortos e 46 veículos incendiados, contando com um ônibus queimado na manhã desta quinta-feira. Nove incêndios aconteceram entre as 20 horas da noite de quarta-feira e o início da madrugada desta quinta-feira. Na segunda-feira (22), Cabral e o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, ligaram a série de ataques à política de ocupação de favelas por UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e à transferência de presos para presídios federais. Beltrame não descartou novos ataques de "traficantes emburrados" e afirmou que o Rio de Janeiro não mudará a política de segurança pública. Para o comandante-geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, a onda de arrastões e de veículos incendiados na cidade é uma ação orquestrada por uma única facção criminosa com objetivo de causar medo na população e de desacreditar a política de segurança pública do Estado. Ele não citou o nome, mas se referia ao Comando Vermelho. Para tentar conter a articulação de líderes de facções criminosas, Beltrame pediu na terça-feira ao Tribunal de Justiça a transferência de pelo menos oito presos para presídios federais. Uma investigação da polícia do Rio de Janeiro aponta também para uma articulação entre traficantes de duas facções criminosas para uma eventual mega-ação de confronto para o próximo sábado. Nas conversas entre traficantes interceptadas pela polícia aparecem sugestões de atirar contra as sedes dos governos estadual e municipal e lançar explosivos em áreas de grande aglomeração, como shopping centers na zona sul e pontos de ônibus. O policiamento nas ruas foi reforçado, com os agentes colocados em estado de alerta, e operações foram deflagradas para impedir que o confronto se materialize.

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