segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Justiça do Uruguai decide prender primeiro militar ativo por crime na ditadura

A Justiça uruguaia decidiu nesta segunda-feira prender o general Miguel Dalmao por um crime ocorrido durante a ditadura, o primeiro caso de um militar no serviço ativo processado por um crime ocorrido durante a ditadura da década de 1970. Dalmao foi acusado, junto ao coronel aposentado José Chialanza, como coautor da morte da militante comunista Nibia Sabalsagaray, ocorrida em 1974, embora não se tenha provado sua autoria material. "Dalmao e Chialanza foram processados com prisão por homicídio muito especialmente agravado. O processo é o início do julgamento penal", disse o porta-voz da Suprema Corte, Raúl Oxandabarat. Dalmao, atual chefe de uma divisão do Exército uruguaio, e Chialanza, trabalhavam na unidade em que Sabalsagaray apareceu sem vida. As autoridades da época qualificaram sua morte como suicídio, mas perícias acrescentadas recentemente ao caso comprovaram que ela foi vítima de tortura. O caso de Nibia Sabalsagaray foi o primeiro, no fim de 2009, a se beneficiar de uma decisão da Suprema Corte de Justiça do Uruguai, que declarou inconstitucional uma lei que limita as investigações sobre crimes ocorridos durante a ditadura militar.

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