quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Renan Calheiros tenta voltar à cena política e critica aliado PT

Homem forte no governo Lula até ser derrubado da presidência do Senado em 2007, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) promete sair da sombra e voltar ao embate político. Desde a crise, atuava apenas nos bastidores. Cotado para o comando do Senado, escolheu continuar líder da maior bancada na Casa, papel que lhe garantirá interlocução privilegiada com a presidente eleita, Dilma Rousseff (PT). Renan Calheiros diz que a ausência de Aloizio Mercadante no Senado, a quem chama de "um trapalhão, um aloprado", deve facilitar a convivência PT-PMDB. Mas alertou que atritos poderão ocorrer caso o PT tente reduzir espaço de seu partido na Esplanada. Ele defende a permanência de José Sarney na presidência do Senado Federal: "A permanência dele é o que causa menor atrito, não abre guerras de vaidades para um início de governo que tem quase 70% de apoio no Congresso. O sentimento que vivemos hoje é o de continuidade. Não se mexe em time que está ganhando". Renan Calheiros alerta que a eleição no Senado não tem relação com a da Câmara dos Deputados: "O acordo da Câmara não tem nenhuma relação. O regimento do Senado é claro sobre o direito da maior bancada indicar o presidente. Não pode ser contestado". Mas, para demonstrar qual o papel efetivo que restará ao Senado, ele profecia a recriação da CPMF: "Se a proposta vier com a chancela dos governadores, da presidente Dilma, se for exclusivamente para financiar a saúde, tem chance de ser aprovada. Agora, não podemos, de forma nenhuma, pensar em votar a CPMF sem primeiro desonerar a folha de pessoal, os investimentos e completamente a exportação". Como sempre, o PMDB dá apoio sem se comprometer totalmente: "Eu não garanto votos para o governo Dilma. O PMDB sempre teve consciência da sua responsabilidade e não faltará a ela".

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