domingo, 28 de novembro de 2010

WikiLeaks revela espionagem dos Estados Unidos sobre a ONU e segredos do Irã

O site WikiLeaks divulgou neste domingo mais de 250 mil documentos diplomáticos secretos dos Estados Unidos enviados para mais de 250 embaixadas e consulados americanos em todo o mundo, revelando iniciativas e bastidores polêmicos sobre a política externa de Washington. Os documentos, divulgados pelos jornais The New York Times (EUA), The Guardian (Reino Unido), Le Monde (França), El País (Espanha) e pela revista Der Spiegel (Alemanha), fazem parte do maior vazamento de material diplomático da história e colocam Washington em uma situação delicada. O material revela ordens de espionagem sobre membros da ONU (hoje em dia uma instituição refém do terrorismo islâmico e da esquerda mundial) por parte do Departamento de Estado americano e informações sobre o programa de mísseis do Irã. Os papéis mostram que a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, mandou diplomatas espionarem a liderança da ONU. Entre os alvos estão o secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, e representantes de Reino Unido, França, China e Rússia, países com assento permanente do Conselho de Segurança. Segundo os documentos vazados pelo WikiLeaks, Hillary ordenou que especialistas elaborassem relatórios com detalhes sobre os sistemas de comunicação utilizados pelos principais diplomatas da ONU, incluindo senhas e códigos de segurança usados em redes privadas e comerciais para as contatos oficiais da entidade. Os documentos afirmam que as principais agências de inteligência dos EUA estão envolvidas na espionagem sobre a ONU. O Serviço Secreto dos Estados Unidos, o FBI e a CIA foram acionados pelo Departamento de Estado para "serviços de coleta de informações". Outro ponto citados no documentos são os repetidos pedidos do rei Abdullah, da Arábia Saudita, às lideranças americanas para que atacassem o Irã para acabar com o programa nuclear da república fascista islâmica. Os documentos revelam que vários países árabes pressionaram os Estados Unidos para um ataque contra as instalações nucleares iranianas e expõem os bastidores das tensões sobre o programa de enriquecimento de urânio mantido pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad. O WikiLeaks também revelou que o Irã obteve acesso a um sofisticado sistema de mísseis capaz de atingir o oeste da Europa graças à ajuda da Coréia do Norte. Os foguetes são muito mais poderosos do que qualquer arma publicamente conhecida do arsenal iraniano. Os mísseis, baseados no design do foguete russo R-27, dão ao Irã a capacidade de atacar capitais no oeste europeu ou cidades russas. Desde 2006 especula-se que a Coréia do Norte poderia vender ao Irã os armamentos. A versão coreana do míssil, conhecido como BM-25, pode levar material nuclear explosivo. Embora os especialistas acreditem que o Irã ainda não tenha tecnologia o suficiente para produzir material nuclear com finalidades bélicas, especula-se que esse seja o objetivo do programa atômico iraniano. O material vazado revela que diplomatas americanos pressionaram outros países para receber os detidos da prisão em Cuba, e para isso estabeleceram "negociações". Para a Eslovênia, por exemplo, disseram que as lideranças do país só receberiam uma visita do presidente Barack Obama se recebessem um prisioneiro. Para a Bélgica, receber um prisioneiro seria uma "via de baixo custo para obter maior proeminência na Europa". Segundo o WikiLeaks, os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) receberam das autoridades iranianas plantas apenas parciais das obras da usina secreta de Qom. A atitude elevou ainda mais as suspeitas de que o complexo deva ser usado pelo Irã para a produção de armas nucleares. Os documentos revelam que embaixadores da União Européia concordaram em boicotar a posse do fascista islâmico Mahmoud Ahmadinejad como presidente do Irã. Nos documentos, diplomatas americanos descrevem os esforços falhos dos Estados Unidos em prevenir a Síria de fornecer armas para o grupo terrorista Hezbollah, atuante no sul do Líbano, que ampliou seu arsenal significativamente desde a guerra de 2006 com Israel. Uma semana depois de Bashar al-Assad, presidente sírio, prometer não enviar mais armas para os militantes, os Estados Unidos reclamaram que a Síria continuava a armar os rebeldes.

Nenhum comentário: