quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Banco Central mantém juro em 10,75% ao ano na última reunião da era Lula-Meirelles

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu, por unanimidade, manter novamente a taxa básica de juros em 10,75% ao ano. Essa foi a última reunião do Copom no governo Lula e sob o comando de Henrique Meirelles, que deixa a presidência do Banco Central no fim do mês. Entre os que participaram da reunião está o atual diretor de Normas e futuro presidente do Banco Central no governo Dilma Rousseff, Alexandre Tombini. "Avaliando a conjuntura macroeconômica e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 10,75% a.a., sem viés", informou o comitê, em nota. "Diante de um cenário prospectivo menos favorável do que o observado na última reunião, mas tendo em vista que, devido às condições de crédito e liquidez, o Banco Central introduziu recentemente medidas macroprudenciais, prevaleceu o entendimento entre os membros do Comitê de que será necessário tempo adicional para melhor aferir os efeitos dessas iniciativas sobre as condições monetárias. Nesse sentido, o Comitê entendeu não ser oportuno reavaliar a estratégia de política monetária nesta reunião e irá acompanhar atentamente a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária". A maioria dos economistas já esperava a manutenção dos juros. A aposta do mercado financeiro é que a taxa básica voltará a subir na próxima reunião do Copom, no dia 19 de janeiro. Os economistas esperam ainda mais dois aumentos, em março e abril, elevando a taxa para 12,25%. Os juros só voltariam a cair em 2012. O Banco Central já sinalizou que, como a crise do banco PanAmericano foi resolvida sem causar impacto no mercado de crédito, haveria espaço para voltar a subir os juros. Além disso, novos números divulgados sobre a inflação mostraram que o índice oficial de preços (IPCA) está cada vez mais distante do centro da meta de 4,5%. A manutenção dos juros deixa o Brasil no topo do ranking das maiores taxas do mundo. Isso contribui para atrair mais dólares para o País e derrubar a cotação da moeda. A taxa básica determina o custo do dinheiro para os bancos e, por isso, serve de base para os juros dos empréstimos a empresas e consumidores, cuja taxa média está hoje em 35% ao ano.

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