sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Guido Mantega admite alta de juros dos empréstimos com anúncio de novas medidas

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu nesta sexta-feira que as taxas de juros de empréstimos vão subir por causa do aumento do compulsório e da exigência de capital dos bancos em relação ao risco dos financiamentos. O ministro acrescentou, porém, que considera oportunas as medidas diante da expansão do crédito no País. "É claro que isso vai encarecer um pouco o crédito, mas nesse momento em que há expansão é oportuno fazê-lo", afirmou o ministro da Fazenda. Mantega disse ainda que o nível de financiamento no Brasil já voltou ao nível anterior à crise financeira dos Estados Unidos, iniciada em 2008. Apesar da preocupação do governo com o mercado de crédito no País, Mantega negou que a qualidade dos financiamentos, como o nível de inadimplência e a capacidade de pagamento, seja ruim. "Não é que o crédito está preocupante. Hoje já foi totalmente restabelecido o crédito do período pós-crise. Tem que dar uma moderada para que não passe dos limites", afirmou ele. O Banco Central anunciou nesta sexta-feira uma série de medidas para reduzir o ritmo de aumento do crédito e intensificar o processo de desaceleração da economia, a fim de evitar o aumento da inflação. Haverá aumento do compulsório (dinheiro dos bancos que fica depositado no Banco Central), para retirar R$ 61 bilhões da economia, restrição para empréstimos de longo prazo a pessoas físicas e retirada da ajuda do Fundo Garantidor de Crédito para bancos de menor porte. Além do aumento do compulsório sobre depósitos à vista e a prazo, as emissões de Letras Financeiras ficarão isentas de recolhimento compulsório (depósitos a prazo). "Essa medida reduz a liquidez do mercado e inibe a formação de bolhas e a assunção de riscos que podem ser negativos para a saúde da economia no futuro. Elimina também o restante das medidas de liquidez introduzidas durante a crise", disse o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

Nenhum comentário: