quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Justiça condena delegados que cuidavam da prisão no Pará onde menina foi estuprada

A Justiça do Pará condenou à prisão cinco delegados que cuidavam da carceragem de Abaetetuba em que uma adolescente de 15 anos ficou 26 dias presa com homens, sendo espancada e estuprada diversas vezes. O caso ocorreu em 2007. Flávia Verônica Monteiro, a delegada que estava de plantão quando a "menina L.", como a menor ficou conhecida, foi presa, recebeu uma sentença de cinco anos. Antônio da Cunha, Rodolfo Gonçalves, Celso Cordovil da Silva e Daniele Bentes, os outros delegados que trabalhavam na delegacia, foram condenados a quatro anos. A sentença diz que os delegados contribuíram para os crimes sofridos pela menina. O caso teve repercussão nacional e internacional e foi mais uma demonstração cabal do descalabro do governo do petista Ana Julia Carepa. Autoridades envolvidas com ele foram ao Congresso se explicar. A "menina L." e sua família foram colocadas em um programa de proteção a testemunhas do governo federal. Mas, a adolescente voltou a fugir, furtar e se tornou usuária de crack. Para Ione Coelho, vice-presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil do Pará, nenhum dos delegados sabia que L. estava numa cela masculina. "Eles devem ser responsabilizados apenas por terem autuado uma menor de idade." Segundo Coelho, os delegados foram "jogados no fogo" para eximir o governo estadual de culpa. "Em Abaetetuba, a carceragem é responsabilidade da Susipe [Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará], não da polícia", disse. Afora Bentes, todos os outros delegados já haviam sido demitidos em agosto deste ano. "Alguns estão passando fome, eram arrimo de família", afirmou Coelho. Em abril, a juíza que cuidava do caso da adolescente também foi punida pelo Conselho Nacional de Justiça com a aposentadoria compulsória.

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