sábado, 25 de dezembro de 2010

Justiça Federal divide processo do vôo 1907 para acelerar julgamento de pilotos do jatinho Legacy

A Justiça Federal decidiu dividir um dos processos que apuram a responsabilidade dos envolvidos no acidente no vôo 1907", em que um Boeing da Gol foi atingido no ar pelo jato Legacy, em 2006, matando 154 pessoas. Em despacho publicado na sexta-feira, o juiz Murilo Mendes, da Vara Federal de Sinop (MT), afirma que o objetivo da medida é "evitar tumulto" e acelerar a tramitação dos procedimentos relativos aos pilotos norte-americanos Joseph Lepore e Jan Paladino, do Legacy. Com a decisão, um processo cuidará dos pilotos e outro dos controladores de vôo, acusados de erros que contribuíram para a colisão das aeronaves. Há dois meses, a Justiça aguarda que as testemunhas de defesa dos pilotos, a maioria delas estrangeiros, sejam ouvidas. A presidente da Associação das Famílias das Vítimas do Vôo 1907, Angelita De Marchi, diz que a preocupação das famílias é com a prescrição de um eventual crime cometido pelos pilotos. "Nós acreditamos que as testemunhas indicadas por eles visam somente atrasar o andamento do processo, buscando uma prescrição, o que se torna real agora, pois desde o dia 22 de outubro aguardamos a marcação dessa oitiva para que eles sejam ouvidos e possam ser continuados os andamentos dos processos criminais, já que podemos ter a prescrição em junho de 2011". No mesmo despacho, o juiz Murilo Mendes determinou que uma das testemunhas dos pilotos, residente no Brasil, seja ouvida pela Justiça do Rio de Janeiro. Os estrangeiros devem ser ouvidos por meio de videoconferência. Segundo o juiz federal, o Ministério da Justiça informou que a Embaixada do Brasil em Washington está consultando as autoridades americanas para realizar as audiências nos termos da Convenção de Viena, mas ainda não há data para que isso aconteça. Após o depoimento das testemunhas, devem ser ouvidos os pilotos. Atualmente, Paladino trabalha na companhia American Airlines, e Lepore continua na empresa de táxi aéreo ExcelAire, proprietária do Legacy.

Nenhum comentário: