quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Ministério Público quer oito dos nove réus do caso Bruno em júri popular

O promotor Gustavo Fantini, que atua no caso do desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno de Souza, quer que oito dos nove réus, inclusive o jogador, sejam julgados por júri popular. Nas alegações finais o promotor pede que a juíza Marixa Rodrigues, do Tribunal do Júri de Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte), libere da acusação apenas o réu Flávio Caetano de Araújo. Ele é ex-motorista do jogador e da mulher de Bruno, Dayanne Souza (também ré). Foi por causa do pedido do promotor que, após quatro meses e 18 dias preso, Flávio foi libertado na madrugada do último sábado pela juíza. Fantini disse não haver indícios da participação dele: "Até o momento, todas as provas demonstram que Flávio não participou da custódia de Eliza dentro do sítio". E acrescentou: "É possível que tivesse ele conhecimento de que Eliza era mantida cativa dentro do sítio, aguardando, sem saber, sua morte. No entanto, isso não é suficiente para que ele seja levado a julgamento popular". Quanto aos demais, a Promotoria vê participação de todos eles no crime. Bruno é apontado como "mentor e coordenador". Luiz Henrique Romão, o Macarrão (secretário particular de Bruno), é apontado como o executor do sequestro de Eliza Samudio no Rio de Janeiro, a pessoa que a levou para Minas Gerais junto com o bebê dela e quem a levou para ser morta. A execução do assassinato é atribuída ao ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Apesar da inexistência do corpo, o promotor cita como principal prova da ligação de Bola oito telefonemas entre ele e Macarrão no período entre 4 e 11 de junho deste ano, apesar de ambos dizerem que não se conheciam. Quanto a Dayanne, o promotor sustenta que ela tinha interesse na morte de Eliza, que queria pensão para o bebê, e após o assassinato ela foi a responsável por "ocultar a criança, prova do crime cometido". A outra ré no processo, Fernanda Castro, ex-namorada de Bruno, teve "direta participação nos fatos". O promotor usa como um dos principais argumentos o fato de haver vários registros de comunicação via rádio dela com Macarrão, no período do crime. A promotoria também aponta responsabilidade dos réus Sérgio Sales (primo de Bruno), Elenilson Vitor da Silva (administrador do sítio) e Wemerson Souza, o Coxinha. Todos eles estiveram no sítio onde Eliza foi mantida por Bruno e Macarrão. A juíza abriu prazo para as alegações finais da defesa e deverá decidir até o próximo dia 10 quais réus serão julgados por júri popular.

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