segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Morre Maria Esther Gatti, ativista de direitos humanos uruguaia, aos 92 anos

A ativista de direitos humanos uruguaia María Esther Gatti, fundadora da Associação de Mães e Familiares de Uruguaios Presos durante a última ditadura militar do país (1973-1985), faleceu neste domingo, aos 92 anos, informou o Museu da Memória em comunicado. María Esther lutou incansavelmente pelo esclarecimento sobre a desaparição de sua filha, María Emilia Islas, seu genro, Jorge Zaffaroni, e sua neta Mariana Zaffaroni, sequestrados e desaparecidos na Argentina, no dia 27 de setembro de 1976, em uma das ações da Operação Condor. A Operação Condor foi uma aliança entre os regimes militares da América do Sul — Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai — criada com o objetivo de coordenar a repressão a oposicionistas dessas ditaduras instaladas no Cone Sul. Uma das lutas de María Esther foi para saber do paradeiro de sua neta Mariana, sequestrada quando tinha apenas 18 meses. Depois de muito tempo procurando, finalmente localizou a neta em 1992 e conseguiu a restituição de sua identidade e o processo dos sequestradores. Além da busca pela neta, Maria Esther Gatti ficou conhecida pela campanha pela anulação da "Ley de Caducidad", como é chamada no Uruguai a medida que anistiu os agentes da repressão da ditadura. "Não se pode perder jamais a esperança e muito menos a vontade de lutar", disse María Esther em março deste ano ao comemorar a inauguração de uma biblioteca e o aniversário de 35 anos de Mariana. Até o fim de sua vida, ela buscou o paradeiro de sua filha María Emília. Seu corpo será velado até esta segunda-feira na Universidade da República, em Montevidéu.

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