terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Prepare-se para a recessão em 2011, avisa Cesar Maia

Da coluna de Cesar Maia, economista e ex-prefeito do Rio de Janeiro, projetando problemas na economia em 2011: 1. Como era sabido, as situações fiscal, inflacionária e externa promovidas pela forma açodada com que o governo federal enfrentou a crise de 2009 e a eleição de 2010, terminou no encilhamento que já se vive. E as medidas já começaram. 2. As medidas monetárias anti-inflacionárias, elevando o compulsório dos bancos e enxugando mais de 60 bilhões de reais, terão não apenas reflexo no crédito como nos juros em mercado. O déficit fiscal nominal ajustado de mais de 3% do PIB passou a exigir corte de gastos, tendo em vista a impossibilidade política de aumentar tributos em 2011. 3. O ministro Mantega anunciou ontem que o PAC-1, em execução, terá cronograma retardado e o PAC-2 não terá início em 2011. Os governadores e prefeitos terão que esperar pelas promessas que fizeram. De qualquer forma, o efeito fiscal será muito menor do que o necessário, até porque as receitas, num quadro recessivo, crescerão menos. 4. Finalmente, resta a questão cambial. É provável que num quadro recessivo as importações cresçam menos ou não cresçam. Mas ou o câmbio é fortemente ajustado ou será apenas produto da própria recessão, portanto provisório, e se espera que não se mantenha em 2012. 5. Com isso, a taxa de crescimento cumulativa entre 2009 e 2010, que ficou na casa dos 3% ao ano em 2011, ficará no máximo nesse patamar. Um crescimento de 3% sequer é suficiente para empregar a mão de obra que chega ao mercado de trabalho. A taxa de desemprego, nesse sentido, tende a crescer. Nada disso interessa ao país, nem ao governo, nem à oposição.

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