sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Um ano e meio depois, Conselho de Ética da Câmara pode punir envolvido em "farra das passagens"

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados se reúne na próxima quarta-feira para analisar o caso do deputado federal Paulo Roberto (PTB-RS), citado no esquema da "farra das passagens aéreas", revelado no início do ano passado. O relator do processo, deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) disse que deve pedir a cassação do mandato do colega. O deputado gaúcho foi investigado inicialmente por comercialização de créditos de bilhetes, que foram parar nas mãos do então presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Mas o relatório da corregedoria, feito por Marcelo Ortiz (PV-SP), apontou indícios de um outro crime: contratação de funcionários fantasmas e retenção de parte de seus salários. O caso chegou no Conselho de Ética no final de maio deste ano. Desde então, Paulo Roberto tem feito de tudo para adiar a tramitação do processo. Apresentou atestados médicos e pediu diversos prazos para a apresentação da defesa. "Ele e seus aliados fizeram todas as manobras regimentais possíveis para adiar o andamento das investigações. Agora não posso esperar mais", afirma o presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PR-BA). As manobras aconteceram já na corregedoria, primeira etapa da investigação na Câmara. Na época, Nelson Marquezelli (PTB-SP), aliado de Paulo Roberto, trabalhou para retardar a conclusão do caso. Agora, faltando duas semanas para o fim do mandato, Paulo Roberto terá que enfrentar o Conselho. Chico Alencar classificou a situação do deputado gaúcho como "gravíssima".

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