segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Vereadora Juliana Brizola pede abertura de CPI para investigar sua própria secretaria na prefeitura de Porto Alegre

A vereadora Juliana Brizola (PDT-RS) mostrou que é realmente valente, além de ter as maiores votações dentro de seu partido. Ela ingressou nesta tarde, na Câmara Municipal da capital gaúcha, com um pedido de formação de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a Secretaria Municipal da Juventude. Ela foi secretária deste órgão, do qual se afastou para concorrer a vereadora em 2008, quando se elegeu com a maior quantidade de votos em sua bancada, na primeira eleição que disputou na sua vida. Atualmente a secretaria é dirigida por seu marido, Alexandre Rambo (PDT). Ocorre que ela diz não ter nada a esconder, e não pode mais continuar esperando diante das acusações que estão sendo atribuídas a ela, de desvios de recursos. Diz Juliana Brizola: "O tempo da Justiça é diferente do tempo da imprensa. Eu estou sendo chacinada". Na verdade ela quer que sejam investigados todos os atos e a administração de seu antecessor na Secretaria da Juventude, o vereador Mauro Zacher, seu colega de bancada na Câmara Municipal de Porto Alegre. Mauro Zacher discursou logo após Juliana Brizola, nesta tarde, na Câmara Municipal de Porto Alegre, e a acusou de "quadrilheira", que quase teria "matado" um assessor seu durante a campanha eleitoral, em episódio de colagem de cartazes nas ruas de Porto Alegre. Mauro Zacher é irmão de Flávio Zacher, braço direito de Carlos Lupi, no Ministério do Trabalho. A mulher de Flávio Zacher (ou ex-mulher), Adriana Rodrigues (ex-deputada estadual do PDT gaúcho, filha do ex-prefeito polêmico de Pelotas, Anselmo Rodrigues), foi quem promoveu as denúncias contra Juliana Brizola, de acordo com a mídia gaúcha. Juliana Brizola está convencida de que o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, vai entender o seu pedido de formação de CPI para investigar o governo do qual ela e o marido fazem parte: "Sim, eu sei que é um caso inédito. A Secretaria da Juventude, desde que foi criada, vive sob denúncias. Então, para que as coisas sejam esclarecidas, preciso que se instaure essa CPI. Tenho certeza de que o Fortunati vai entender". Tão logo propôs a formação da CPI, a vereadora Juliana Brizola já conseguiu seis assinaturas, além da sua própria. São necessárias 12 assinaturas (um terço da Câmara Municipal) para a instalação de uma CPI. Os vereadores que já assinaram o requerimento são os seguintes: Tiago Duarte (PDT), Pedro Ruas (PSOL), Fernanda Melchionato (PSOL), Bernardino Vendruscolo (PMDB), Haroldo de Souza (PMDB), Paulinho Rubem Berta (PPS). A bancada do PT é dominada por um estrondoso silêncio sobre a situação, o que é muito indicativo.

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