domingo, 2 de janeiro de 2011

Alckmin assume governo de São Paulo de olho em projeto eleitoral

O tucano Geraldo Alckmin assumiu o governo de São Paulo neste sábado, dia 1º de janeiro e montou um governo desenhado sob medida para seu projeto eleitoral, seja a busca da reeleição ou da Presidência da República. Além da tentativa de ampliação do arco de alianças, com inclusão do PSB e reserva de espaço para o PMDB, a montagem de seu secretariado mostra um esforço de asfixia de um potencial adversário do tucanato em 2014: o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM). "Temos que levar o governo mais para a esquerda", justificou Alckmin nos últimos dias a interlocutores. Isso é uma tremanda bobagem, e total submissão às premissas petistas, mas o pessoal do PSDB é incapaz de perceber tal coisa. "Nossa base está muito fragmentada", acrescentou. Não é só. Ao atrair o chamado bloquinho e manter o PMDB na sua esfera, Alckmin tenta debilitar uma eventual candidatura de Kassab ao governo do Estado. Prestes a se filiar ao PMDB, Kassab tenta se viabilizar como alternativa à polarização entre PT e PSDB no Estado. Também para neutralizar Kassab, o tucano adensa os laços com o vice Guilherme Afif, o único do DEM contemplado com uma vaga no seu secretariado. Uma das apostas para disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2012, Afif tem sido tentado se filiar ao PSDB (e não ao PMDB), caso Kassab migre mesmo para a base do governo Dilma. A montagem da equipe também reflete a disposição de Alckmin de influir na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Derrotado por Kassab na eleição municipal de 2008, Alckmin prestigiou três possíveis candidatos: além de Afif, os tucanos Bruno Covas e José Anibal. Também interessado em concorrer à prefeitura pelo PSDB, Walter Feldman está no governo Kassab. Para ampliar o eleitorado do PSDB entre os mais pobres, Alckmin planeja turbinar os programas de distribuição de renda, unificando ações hoje dispersas. Já a aproximação com o PSB teve a participação ativa do deputado recém-eleito Gabriel Chalita (PSB). Um dos conselheiros de Alckmin, Chalita participou, segundo tucanos, da indicação até da Secretaria da Justiça. Sem descartar uma candidatura para a Presidência, Alckmin equilibra-se, dentro do PSDB, na disputa entre aecistas e serristas.

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