sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Dia termina com uma contabilidade provisória de 508 mortos pelas chuvas na região serrana do Rio de Janeiro

Balanços divulgados na noite desta quinta-feira pelas prefeituras de Teresópolis, Petrópolis, Nova Friburgo e Sumidouro informam que mais pessoas foram encontradas mortas nas cidades durante as buscas após os temporais que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro. A cidade mais afetada é Nova Friburgo, onde os mortos chegaram a 225. Com isso, o total de mortes, em cinco municípios da região, chega a 508. A Defesa Civil de Nova Friburgo informou nesta quinta-feira que o número de mortos na cidade deve aumentar, uma vez que ainda há pessoas soterradas e são mínimas as chances de encontrar sobreviventes. A presidente Dilma Rousseff sobrevoou nesta quinta-feira as áreas afetadas e afirmou que momento vivido pelos moradores da região serrana é "dramático" e que as cenas que presenciou são "muito fortes". O governador Sérgio Cabral (PMDB) voltou a culpar as prefeituras das cidades da região serrana pelo incentivo à moradia em áreas de risco. "Lamentavelmente, o que nós tivemos em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, da década de 1980 pra cá, foi um problema muito semelhante com o que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, que é a desgraça do populismo. Deixar a ocupação pelos mais pobres das áreas de risco", disse ele. Essa é uma declaração de um cinismo monumental, porque Sérgio Cabral é o rei dos cínicos. E, em quatro anos de governo, nada fez para evitar essas tragédias. No ano passado, elas aconteceram em Niterói. Cabral disse que, apesar de haver mortos que estavam em casas de alto padrão, a maior parte das vítimas são "pessoas humildes". Os bombeiros afirmam que uma das maiores dificuldades encontradas pelas equipes de regaste na região serrana do Rio de Janeiro é a falta de comunicação, já que os telefones e a internet estão com problemas. Outra dificuldade enfrentada pelas equipes de resgate é em relação aos acessos em algumas partes das cidades de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo. Em Teresópolis, corpos aguardavam resgate. Cães cheiravam os sacos. Moradores conferiam se havia a algum parente. "Pode faltar saco, só temos 50", disse um guarda responsável pelo resgate dos corpos. Um oficial de bombeiros diz que "dúzias de corpos" estão entre o alto, onde havia mais de 200 casas, e o campo de futebol. Nenhum helicóptero havia pousado no local até 16 horas. O grande número de corpos no Instituto Médico Legal de Teresópolis obrigou as equipes de técnicos a adotar o reconhecimento dos mortos por meio de fotografias. O temporal que atingiu a região serrana do Rio de Janeiro nos últimos dias já é o maior desastre natural no País envolvendo chuvas. O número de mortes ultrapassou as que foram registradas no município de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, em março de 1967. Na ocasião, foram contabilizadas 436 mortes em decorrência de fortes tempestades e deslizamentos de terra. Voluntários dizem que houve saques de bens deixados em meio aos escombros.

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