terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Ex-premiê israelense Ariel Sharon completa cinco anos em estado de coma

O ex-primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, encontra-se em estado de coma profundo há exatamente cinco anos, uma data que passou sem manifestações oficiais em um país que progressivamente parece esquecer o homem que dirigiu o campo nacionalista durante décadas. O ex-homem forte israelense está hospitalizado no Centro Médico de Haim Sheba, do hospital Tel Hachomer, em Tel Aviv. Em novembro de 2010, foi trasladado durante um breve período para a Granja de Sicomoros, a propriedade de sua família no sul de Israel, na perspectiva de uma hospitalização domiciliar definitiva. O premiê sofreu um forte derrame em 4 de janeiro de 2006 e entrou em coma profundo, do qual nunca acordou, deixando para trás um grave vácuo político do qual Israel até hoje tenta se recuperar. Ex-premiê Ariel Sharon entrou em coma cinco meses depois de uma radical virada em sua trajetória, quando retirou todos os colonos judeus e tropas da Faixa de Gaza, após 38 anos de ocupação. Em novembro de 2005, ele deixou o partido Likud, que ajudara a fundar em 1973, e criou uma nova formação de centro, o Kadima. A decisão foi uma resposta à ala linha dura do Likud, que o criticou por ter saído de Gaza. Arik, como é conhecido em Israel, foi eleito premiê pela primeira vez em 2001, depois da polêmica visita à Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, que deu origem à segunda intifada palestina meses depois. Sharon nasceu em 1928, quando Israel ainda era protetorado britânico, e começou sua carreira militar aos 17. Destacou-se nos campos de batalha logo após a fundação do Estado de Israel, quando das primeiras guerras contra os países árabes que atacavam o território israelense. Como ministro da Defesa, planejou a invasão do Líbano, em 1982, e o cerco ao quartel-general da Organização pela Libertação da Palestina (OLP), de Yasser Arafat, em Beirute. No ano seguinte, caiu em desgraça após ter sido considerado "indiretamente responsável" pelo massacre nos campos de refugiados palestinos de Sabra e Shatila, no Líbano, realizado por libaneses integrantes de falanges cristãs, que eram aliados de Israel na guerra. Graças a este episódio, Sharon ganhou de seus detratores o apelido de "Açougueiro de Beirute". Aos poucos, recuperou sua reputação e retornou à vida pública, até tornar-se líder do Likud em 2000 e assumir a chefia do governo.

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