terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Furnas vira foco de crise entre PMDB e PT

A disputa de poder entre PMDB e PT por cargos no segundo escalão do governo Dilma Rousseff se agitou na segunda-feira com a divulgação de um documento em que engenheiros de Furnas atacam o domínio da empresa por nomes ligados ao deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O documento diz que "a interferência do deputado hoje faz parte do cotidiano de Furnas". O texto sem assinatura diz mais: "Hoje existe uma rede de gerências nas diversas diretorias que respondem ao comando externo da estrutura formal. Tudo passa pelo crivo do deputado, nomeações de gerentes, coordenação de projetos importantes, grupos de trabalho". Segundo o documento, "as consequências da atual diretoria de Furnas têm sido desastrosas sobre o clima organizacional e os resultados econômicos e financeiros". Em 2009, a estatal teve um prejuízo líquido de R$ 129,15 milhões. O texto cita algumas operações duvidosas que teriam trazido prejuízo para Furnas, como a relacionada à usina de Serra do Facão. Segundo o documento, "a estatal deixou de exercer direito de compra da participação acionária da empresa Oliveira Truste, por R$ 5.000,00 para posteriormente comprar esse mesmo direito da empresa Serra Carioca por R$ 80 milhões". Pelo Twitter, o deputado Eduardo Cunha negou qualquer ingerência em Furnas. "Isso são setores do PT buscando tomar cargos dos aliados. Só não falam dos diretores deles e suas incompetências", escreveu. O texto que ataca Cunha faz questão de isentar das acusações a Diretoria de Operação, a cargo de Cesar Ribeiro Zani, doador da campanha de 2006 à Câmara dos Deputados do petista Jorge Bittar, hoje secretário municipal de Habitação do Rio de Janeiro. Bittar recebeu o documento sobre Furnas e o encaminhou ao ministro Luiz Sérgio (PT), que negocia o preenchimento de cargos no governo.

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