quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Justiça afasta chefe de presídio de Brasília por suspeita de tortura

O chefe do núcleo federal do presídio da Papuda, maior penitenciária de Brasília, foi afastado pela Justiça pela suspeita de torturar presos, com agressões físicas e até o fornecimento de água com detergente para os detentos. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, o agente da Polícia Federal Avilez Novais cometeu abuso de autoridade e diversos tipos de tortura. Os procuradores ouviram presos e agentes, que relataram "um verdadeiro clima de terror e pavor". Os procuradores afirmam que Avilez agia em retaliação às queixas e reclamações sobre o tratamento recebido na Papuda, apresentadas pelos presos durante audiências judiciais e inspeções realizadas no local por membros do Ministério Público. Segundo a denúncia, o chefe do setor federal da Papuda fazia agressões físicas e mentais, e cortava arbitrariamente os banhos de sol e visitas, além de obrigar os presos a dormirem sem colchão e beber água com detergente, o que provocou diarreia e desidratação em vários internos. Em um dos episódios relatados, os detentos disseram que foram obrigados a correr nus pelo corredor da carceragem, enquanto retornavam às suas celas após o procedimento de revista geral. A situação constrangedora podia ser visualizada no monitor do circuito fechado de TV do complexo penitenciário, localizado na área de administração da unidade. Em outro caso, os presos foram levados para o pátio apenas de cuecas e lá tiveram de permanecer, por mais de três horas, sob o sol, sentados com as pernas cruzadas ou encolhidas, de cabeças baixas e algemados com as mãos para trás. Dois internos passaram mal e um deles precisou ser encaminhado ao hospital.

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