sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Presidente de associação de juízes confirma fraude na gestão anterior

O novo presidente da Ajufer (Associação dos Juízes Federais da 1ª Região), juiz Roberto Carvalho Veloso, reconheceu em discurso de posse a fraude que desviou recursos de associados e da entidade durante a gestão anterior. "Nossa principal tarefa será a defesa das vítimas do esquema reconhecidamente fraudulento", disse Veloso. Ele foi diretor na gestão anterior e alegou que "foram realizados negócios de centenas de milhares de reais sem consulta à diretoria". Em novembro, o jornal Folha de S. Paulo revelou que ao menos 235 juízes tiveram seus nomes usados em empréstimos fictícios firmados pela Ajufer com a Associação de Poupança e Empréstimo (Poupex), instituição vinculada à Fundação Habitacional do Exército. A associação de juízes acumulou uma dívida de R$ 23 milhões com a Poupex e é alvo de cobrança na Justiça. "Não manteremos em nossos quadros aqueles que contribuíram para enodoar nossa carreira", disse Veloso. "Se alguns se beneficiaram, estes pagarão com os seus patrimônios o débito contraído. A Ajufer não dispenderá um único centavo para pagamento de dinheiro desviado", afirmou ele. Veloso confirmou que os recursos transitavam por um caixa dois. Sediada em Brasília, a Ajufer é a segunda maior entidade de juízes federais. A 1ª região tem 376 magistrados. As irregularidades vieram à tona durante a campanha eleitoral na entidade, levando o então presidente, juiz federal Moacir Ferreira Ramos, a renunciar à presidência e à disputa. Ramos foi afastado das funções de juiz. O CNJ abriu processo administrativo. Em dezembro, o ministro Marco Aurélio, do Supremo, em liminar, suspendeu seu afastamento.

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