domingo, 27 de fevereiro de 2011

Chile autoriza construção de termoelétrica de Eike Batista

O Chile deu sinal verde na sexta-feira para a construção da megacentral termoelétrica Castilla, propriedade do magnata brasileiro Eike Batista, que será instalada em uma área rica em biodiversidade. A termoelétrica, considerada o maior projeto deste tipo da América do Sul, foi aprovada por unanimidade pelos membros da Comissão de Avaliação Ambiental de Atacama, a região no norte do Chile onde a usina deverá se localizar, em meio a grandes minas de cobre do país. A aprovação da construção da termoelétrica ocorreu ao fim de um prolongado processo de avaliação ambiental, no qual em várias ocasiões sua denominação passou de "poluente" a "incômoda". Segundo grupos ambientalistas, a termoelétrica ameaça a extraordinária biodiversidade da região de Punta Cachos, que abriga colônias de tartarugas marinhas, populações de pinguins e lobos marinhos, entre outros. A ONG Oceána alertou para os efeitos negativos da emissão de grandes quantidades de dióxido de carbono e poeira de carvão na atmosfera, assim como a elevação da temperatura do mar, que, de acordo com ela, alterarão os ecossistemas da região. Em 2010, o Chile cresceu 5,2%, enquanto sua geração elétrica só subiu 3%, segundo dados do INE (Instituto Nacional de Estatística). O presidente do Chile, Sebastián Piñera, enfatizou que, se o país quiser seguir crescendo neste ritmo, precisa duplicar sua capacidade energética. A central Castilla, que se localizará 80 quilômetros ao sul de Copiapó, a capital regional, tem um investimento de US$ 4,4 bilhões por parte do empresário Eike Batista, e pretende gerar 2.100 MW por carvão e mais 254 MW em usinas adjuntas de combustão a diesel. Sua instalação reforçará o papel da geração térmica a partir de carvão e petróleo na matriz energética chilena, que até o momento ocupa o primeiro lugar com 42,3% da geração elétrica, seguido pela energia hidráulica (33,8%), a de ciclo combinado a base de gás natural (23,5%) e a eólica (0,4%), segundo o INE. Samuel Leiva, presidente do Greenpeace no Chile, destacou que o país está "à beira de uma carbonização profunda da matriz energética" e disse que no Chile "não existe clareza na política energética", acrescentando que o país "não precisa da central Castilla".

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