quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Cortes no orçamento surpreendem o PT, e mensaleiro José Dirceu faz críticas

Surpreendido com o tamanho do ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff, na casa dos R$ 50 bilhões, o PT promove nesta quinta-feira um ato político para comemorar seus 31 anos disposto a fazer um "contraponto" à agenda negativa. Apesar das críticas internas ao corte, a idéia é defender o "legado" do ex-presidente Lula (que será homenageado), bater na tecla da empacada reforma política e culpar a mídia por tentar "criar" divergências entre o ex-presidente e Dilma. Embora a resolução a ser aprovada pelo Diretório Nacional do PT não ataque a tesourada no Orçamento nem passe perto da polêmica do salário mínimo de R$ 545,00 dirigentes da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), reunidos na terça-feira, em Brasília, não pouparam críticas à equipe econômica. A portas fechadas, o ex-ministro da Casa Civil, o deputado federal cassado (por corrupção) José Dirceu foi um dos mais enfáticos nas estocadas contra o ajuste fiscal. Disse que o governo deveria cortar apenas gastos em custeio. Não foi só: insistiu em que o PT não pode ficar refém da agenda traçada "pela oposição e pela mídia". Em conversas reservadas, petistas chamaram o ajuste fiscal, batizado de "consolidação fiscal" pela equipe de Dilma - de "dois em um". Motivo: no diagnóstico de integrantes da corrente Construindo um Novo Brasil, o corte foi maior do que o esperado por incluir gastos do ano passado, feitos na época da eleição. Um dirigente do PT chegou a dizer que em 2007 Lula "meteu o pé na jaca ao lançar o PAC", em uma referência às despesas previstas no Programa de Aceleração do Crescimento, e depois foi obrigado a promover ajuste no Orçamento.

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