sábado, 12 de fevereiro de 2011

Cuba liberta preso político que rejeita degredo na Espanha

O governo de Cuba libertou na sexta-feira um preso político que rejeitava a condição de partir para o exílio, o degredo oficial. Agora já são 43 dissidentes soltos graças a um acordo fechado no ano passado entre o governo do ditador Raúl Castro e a Igreja Católica. O agricultor Eduardo Díaz, condenado a 21 anos de prisão durante a onda repressiva de 2003, voltou na sexta-feira para sua casa em liberdade condicional. "Eu me sinto contente, grato à Igreja pelas gestões que ela fez", disse Díaz por telefone, falando de sua casa, em uma pequena cidade a oeste de Havana. Ele foi autorizado pelas autoridades a permanecer no país, ao contrário do que ocorreu com a maioria dos presos libertados nos últimos meses, que foram degredados para a Espanha. Em nota, a Arquidiocese de Havana disse que o governo decidiu libertar também o dissidente Héctor Maseda. Mas a esposa dele, Laura Pollán, líder do grupo Damas de Branco, que reúne familiares de presos políticos, afirmou que seu marido se recusa a deixar a prisão enquanto não sejam libertados outros dissidentes doentes, e que ele tampouco aceita a liberdade condicional. "No dia em que ele sair da prisão, deve ser com liberdade incondicional ou com um indulto", disse Laura Pollán. Angel Moya, outro preso político cuja libertação foi anunciada na semana passada, também se nega a sair do calabouço pelas mesmas razões. O ditador genocida sanguinário Raúl Castro acatou em 2010 o pedido da Igreja para libertar 52 presos de consciência. Nove deles continuam detidos por se negarem a partir para o degredo oficial. Díaz afirmou que continuará lutando por mudanças em Cuba: "Isto aqui precisa mudar. Isto não dá mais, o país está na bancarrota. E realmente é penoso que tenham nos mantido oito anos sequestrados na prisão sendo lutadores pacíficos".

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