segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Gilberto Carvalho fala pelo Brasil e diz que governo Dilma está “disposto a apoiar os movimentos” dos países árabes

O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disse no domingo, no Senegal, que o governo brasileiro apóia o movimento que pede a queda do ditador do Egito, Hosni Mubarak. Ele comparou a mobilização à luta contra a ditadura militar no Brasil e defendeu que Mubarak convoque eleições para permitir uma transição para a democracia. “O Brasil está acompanhando com muita atenção e disposto a apoiar esses movimentos”, disse o ministro, que representa a presidente Dilma Rousseff no Fórum Social Mundial, em Dacar. Segundo Gilberto Carvalho, o Brasil espera que Mubarak tenha “bom senso” e convoque eleições diretas para interromper os conflitos de rua. “Os movimentos de massa se mostram de tal forma fortes que é muito importante uma atitude de Mubarak evitando a violência, que abra a possibilidade de novas eleições”, afirmou o ministro. “Temos a expectativa de que Mubarak tenha bom senso e evite o derramamento de sangue.” Ele disse ainda que o Brasil espera que o Egito não embarque em um regime fundamentalista, cenário que é previsto por alguns no caso de um eventual governo liderado pela Irmandade Muçulmana. Questionado se o Planalto seguiria a posição americana, ele disse que o país não defende “intervenção direta” e manterá atitude de “cautela e apoio à democracia”. Questionados, o Itamaraty e o Planalto não quiseram comentar as declarações de Carvalho. Desde o início dos protestos contra Mubarak, o Ministério das Relações Exteriores divulgou duas notas sobre a situação do Egito -a última delas defendeu um “aprimoramento institucional e democrático” do país. Já a assessoria do ministro disse que as declarações representam a opinião pessoal de Carvalho sobre o Egito, não do governo brasileiro. Uma coisa é o governo brasileiro pedir democracia no Egito e nos países islâmicos como um todo e até mesmo conclamar que não se recorra à violência contra manifestantes; outra, distinta, é dizer que o “Brasil está disposto a apoiar esses movimentos”. Como é? O Brasil está “disposto” a “apoiar movimentos” de insurreição? Ahmadinejad deve estar orgulhoso de Carvalho Carvalho. A Rainha Dilma Primeira tem de demitir Carvalho se quiser manter a sua autoridade. Na menor das hipóteses, está se metendo em área que não é a sua. Pior: está no Fórum Social representando a presidente da República. Logo, é como se a sua fala fosse a de Dilma. Nem parece que Lula estava até anteontem de braços dados com todos os ditadores que agora os petistas querem ajudar a derrubar. É o fim da picada!

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