segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Procuradoria acusa Usiminas e empresas de cooptar de sindicato

O Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais ajuizou ação civil pública contra o Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga (cidade localizada a 217 quilômetros de Belo Horizonte) por relação fraudulenta com empresas da região, dentre elas a Usiminas. O sindicato, que representa 20 mil trabalhadores, funciona sem pagar nada em um terreno da Usiminas. O procurador Adolfo Jacob afirma que recebeu denúncias de metalúrgicos sobre acordos coletivos lesivos. "Várias cláusulas consideradas prejudiciais pela categoria vêm sendo renovadas ano a ano sem votação, como é o caso do banco de horas. Os assuntos não são tratados em assembléias, mas surgem no documento final", afirma. Presidente do sindicato há oito anos, Luiz Carlos de Miranda Faria (PDT) recebeu R$ 459 mil em doações de cinco empresas nas quais representa os empregados em sua campanha para deputado estadual nas últimas eleições. Além da Usiminas, que doou R$ 309 mil, Faria, Embasil, Convaço, Sucateira e Sankyu são citadas na ação. Para o Ministério Público do Trabalho, a troca de favores entre o sindicato e os patrões prejudica os trabalhadores. "O sindicato não tem nenhuma independência para cumprir seu papel", afirma o procurador. Diz ainda que a entidade cobra taxas de empregados não sindicalizados direto na folha de pagamento, de maneira irregular. O órgão pede uma indenização de R$ 128 milhões por danos aos operários.

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