segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Sayad demite cerca de 150 funcionários da TV Cultura

A TV Cultura, de São Paulo, confirmou nesta segunda-feira, em nota, a demissão de "cerca de 150 funcionários" de seus quadros. Segundo comunicado oficial, a redução se deve "a um projeto de reestruturação da emissora, adequando a grade de programação à capacidade instalada, redução de custos e investimentos em novos programas." A reformulação prossegue na política de enxugamento levada a cabo por João Sayad, atual presidente da Fundação Padre Anchieta, gestora da TV Cultura, que assumiu há sete meses. As demissões começaram em agosto, quando ele informou seus planos de cortar 450 pessoas (chegou-se a especular que seriam 1,4 mil), além de encerrar os serviços terceirizados da fundação (gravações, por exemplo, para a TV Assembléia, TSE, Procuradoria da República e TV Justiça) e finalizar contratos. Segundo Sayad, em 24 horas de programação, a TV Cultura só produzia 6 horas de conteúdo próprio, o que considerava muito pouco para o tamanho da folha salarial. Segundo a TV Cultura, a fórmula para demitir mais 150 funcionários foi baseada "nas propostas feitas pelos gestores de cada uma das áreas envolvidas", e a comunicação da dispensa "foi feita individualmente a cada funcionário". Segundo José Maria Lopes, representante dos funcionários da TV Cultura no Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, a direção da fundação explicou detalhadamente cada corte e sua justificativa. A Fundação Padre Anchieta informou que "pagará integralmente todos os direitos rescisórios, valorizando e respeitando a dedicação e trabalho realizado na empresa por esses colaboradores". O grupo de 96 funcionários lotados na TV Assembléia, que corriam o risco de serem demitidos, serão absorvidos pela Fundac (Fundação para o Desenvolvimento das Artes e da Comunicação). O sindicato dos radialistas estima que, agora, a TV Cultura esteja com cerca de 900 funcionários. Desde meados do ano passado, Sayad se concentra na reestruturação da emissora. Seus cortes não são lineares. O presidente extinguiu também diretorias, como as de Produção, de Programação e de Produção Independente, que produzia para órgãos como a TV Justiça. Executivos foram demitidos, como Marcelo Amiky, de Produção, e Mauro Garcia, de Programação. Logo a seguir, foi extinta a Sucursal de Brasília da TV Cultura. Em julho, Sayad já tinha afastado de suas funções executivos importantes da TV, como Gabriel Priolli, que era Diretor de Jornalismo. Ele alegou que Priolli não tinha o perfil adequado para o cargo na emissora, gerida pela fundação. "Foi escolha equivocada", afirmou Sayad.

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