domingo, 6 de março de 2011

Acusados de corrupção em comissões do Congresso ameaça a democracia, diz professor Roberto Romano

A volta de personagens envolvidos em escândalos de corrupção aos holofotes da cena política é um atentado à idéia de República, para Roberto Romano, professor de ética e filosofia política da Unicamp. Ele atribuiu o fato ao “anacronismo absolutista” da sociedade brasileira, em que há diferenças de direitos entre o cidadão comum e os ocupantes de cargos públicos. Nos últimos dias, réus em processos foram nomeados para comissões na Câmara dos Deputados. O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), réu no processo penal do Mensalão do PT, foi eleito presidente da Comissão de Constituição e Justiça , uma das mais importantes da Casa. Paulo Maluf (PP-SP), procurado pela Interpol, Valdemar da Costa Neto (PR-SP), também réu no Mensalão do PT, e Eduardo Azeredo (PSDB-MG), réu no processo do Mensalão mineiro, foram escolhidos para integrar a comissão da reforma política. “Quem faz a lei não pode responder por uma acusação de desrespeitar a lei”, afirma Roberto Romano. Tais nomeações, diz, geram uma “ameaça ao Estado democrático de direito”: “A situação mostra a fragilidade da nossa República. É uma República quase de fachada".

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