sábado, 12 de março de 2011

Delator do Mensalão de Brasília presta novo depoimento

Em meio a rumores da existência de novos vídeos com flagrantes de corrupção no Distrito Federal, o delator do Mensalão de Brasília, Durval Barbosa, prestou depoimento de cerca de quatro horas à Procuradoria-Geral da República na sexta-feira. Autor das gravações e das revelações que derrubaram no início de 2010 o ex-governador José Roberto Arruda (ex-DEM), Barbosa tem dado informações em troca de possível redução da pena em caso de condenação. A Procuradoria e a advogada do delator Durval Barbosa, Margareth Almeida, confirmaram o depoimento, mas disseram que a apuração corre sob sigilo. Procuradores envolvidos nas investigações afirmaram que o Ministério Público não trabalha com a hipótese de retirar a possibilidade de delação premiada a Durval Barbosa, como defende a OAB do Distrito Federal. "A parte dele está sendo totalmente cumprida. Os depoimentos têm sido cada vez mais frequentes", afirmou a advogada do delator Durval Barbosa. No começo do mês, veio à tona vídeo de 2006 em que a atual deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), filha do ex-governador Joaquim Roriz, aparece recebendo dinheiro do delator Durval Barbosa. Jaqueline é a primeira pessoa do chamado "grupo de Roriz" a aparecer nos vídeos gravados por Durval. A edição desta semana da revista Veja traz reportagem segundo a qual Barbosa apresentará mais vídeos ao Ministério Público implicando diretamente Joaquim Roriz e o atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). Segundo a revista, haveria gravação de uma conversa "nada ortodoxa" entre o petista Agnelo Queiroz e Barbosa na ocasião em que esse último teria lhe mostrado os vídeos de corrupção em Brasília. Em ocasiões anteriores, Agnelo Queiroz já havia confirmado o encontro, argumentado que não havia denunciado o escândalo por não ter garantias de que os vídeos eram reais, sem edição. A reportagem diz também que uma ex-assessora de Barbosa teria enviado pedido ao então chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho (hoje secretário-geral da Presidência), com lobby pela recondução de Leonardo Bandarra ao comando do Ministério Público do Distrito Federal.

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