terça-feira, 22 de março de 2011

Ditadura de Cuba libertará dois últimos presos políticos detidos em 2003

A ditadura de Cuba libertará os últimos dois opositores de 75 condenados na chamada "primavera negra" de 2003, concluindo um processo de libertação iniciado há nove meses em um histórico diálogo entre o governo do sanguinário ditador Raúl Castro e a Igreja Católica. Uma nota do Arcebispado de Havana anunciou que "foi disposta a libertação" de Félix Navarro e José Ferrer, que rejeitam o "exílio" na Espanha, sem informar datas. Navarro e Ferrer, ambos condenados a 25 anos de prisão, encerrarão o acordo de libertação de 52 dos 75 que estavam presos no momento em que foi iniciada, em 7 de julho de 2010, a maior libertação de dissidentes em Cuba em uma década. O caso dos 75, a última grande onda repressiva da ditadura sangiuinária da dinastia facínora dos Castro contra os opositores na ilha, provocou uma forte crítica da comunidade internacional, que pediu constantemente sua libertação, e inclusive congelou a relação entre Cuba e a União Européia. "Estou contente, minha alegria ocorre porque a luta pelos 75 começou em 2003. Esse pesadelo vai terminar quando os dois estiverem em casa", disse Berta Soler, uma das líderes das Damas de Branco, grupo de mulheres dos opositores que exigiu durante oito anos sua libertação. A libertação dos dissidentes da chamada "primavera negra" será concluída quatro meses e meio depois do prazo fixado pela ditadura cubana. Navarro é um professor de 57 anos, da província ocidental de Matanzas, fundador em 1999 do Movimento pela Democracia "Pedro Luis Boitel" e membro do ilegal Todos Unidos, coordenado pelo ex-piloto de guerra Vladimiro Roca. "Acabaram de nos ligar do Arcebispado para nos anunciar sua libertação, nos disseram que pode ocorrer nas próximas horas ou amanhã (quarta-feira)", disse por telefone a filha de Navarro, Sayli, de sua casa em Perico, província de Matanzas, a 140 quilômetros a leste de Havana.

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