quarta-feira, 16 de março de 2011

Economista da FGV diz que Banco Central deveria reduzir meta de inflação

Em trajetória ascendente, a inflação vai superar o teto da meta do governo (6,5%) no acumulado em 12 meses nas próximas divulgações do IPCA, mas deve perder força e fechar o ano muito perto dos 5,9% de 2010, opina Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas da FGV (Fundação Getulio Vargas). Em 12 meses, o índice do IBGE soma alta de 6,01% até fevereiro. É que há, diz, a previsão de arrefecimento dos preços das commodities internacionais e os bens de consumo (excluídos os alimentos) devem registrar uma variação de preço muito baixa. Para o economista, o governo, porém, já trabalha para que a inflação convirja para o centro (4,5%) da meta em 2012, e não mais neste ano. Quadros criticou, no entanto, a decisão do governo de manter a meta em 4,5%, com intervalo de tolerância de dois pontos para cima ou para baixo. Em vigor desde 2005, o percentual já foi fixado como o objetivo central do governo até 2012. O economista compara a situação brasileira à chilena. O Chile, diz, adotou o regime de metas nos anos 90 e desde o início dos anos 2000 estipulou a meta entre 2% e 4%. "E cumpriu o objetivo em 75% das vezes. Mas o Chile tem um Banco Central independente e isso faz diferença", disse Quadros, no Seminário de Análise Conjuntural do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da FGV). Para Quadros, o sistema de metas no Brasil já perdura há mais de uma década e deveria perseguir índices menores de inflação, que neste ano, apesar do repique de janeiro e fevereiro, sofrerá o efeito positivo das importações mais baratas por conta do câmbio.

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