segunda-feira, 14 de março de 2011

Instituto procura patrocínio para acervo raro do Brasil holandês

O Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano quer transformar em livro um de seus acervos mais raros: o conjunto de mapas feitos pelo holandês Johan Vingboons. Os mapas foram produzidos por volta de 1660 e, no final do ano passado, receberam o título de Memória do Mundo da Unesco. São 33 pranchas aquareladas, algumas com mais de um metro de largura. Elas mostram o litoral brasileiro, o interior do continente, em capitanias como a da Bahia e de Pernambuco, além dos arredores do Recife, do Rio de Janeiro e de São Vicente. Os mapas chamam a atenção pela precisão e pelos detalhes do território, como a malha hidrográfica, as estradas que levavam aos engenhos e até os currais de gado. Vingboons trabalhava em uma das principais empresas cartográficas da Holanda, o ateliê de Johan Blaeu, responsável pela produção dos mapas da Companhia das Índias Ocidentais, empresa que coordenava as atividades holandesas na América. O ateliê era um centro privilegiado de informação. Regularmente, cartógrafos ou comandantes de navios voltavam com novos detalhes. Com esses relatórios, eles iam produzindo mapas de três continentes, com ênfase sobre os locais onde havia interesse comercial da Companhia das Índias. A capitania de Pernambuco, ocupada pela companhia, era um de seus principais produtores de açúcar. Por ser uma empresa de capital aberto, havia interesse em divulgar suas possessões aos acionistas, o que fomentou a criação das cartas. Vingboons era responsável pela produção de edições de luxo. Ele compilava as informações que vinham de diversas fontes e produzia grandes mapas feitos à mão, com acabamento artístico.

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