quinta-feira, 10 de março de 2011

Maioria no PSB apóia fusão com grupo de Gilberto Kassab

A maioria dos deputados federais e senadores do PSB apóia a fusão do partido com a nova legenda que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, pretende criar: 32 dos 34 congressistas da sigla foram ouvidos pelo jornal Folha de S. Paulo e 29 deles, ou 90%, defendem a fusão rápida ou vêem com simpatia a idéia. Apenas três são contrários. O principal argumento dos favoráveis é que a articulação fortalecerá o PSB e dará mais condições para que o presidente nacional da sigla, o governador neocoronel Eduardo Campos (PE, da dinastia Arraes), dispute a presidência da República. "É muito importante a vinda de Kassab. A gente vai se estruturar mais na região Sudeste", afirma o deputado federal Gonzaga Patriota (PE). "Nenhum partido sobrevive sem ambição de poder", diz Ribamar Alves (MA). Dos 29 favoráveis, 21 defendem abertamente a ida de Kassab para o PSB. Outros oito congressistas, mesmo declarando estarem em "dúvida", demonstram simpatia ao democrata. "O que eu posso dizer é que um prefeito da cidade do porte de São Paulo amplia qualquer partido", afirma a senadora Lídice da Mata (BA). A diferença de identidade entre Kassab, hoje em um "partido de direita" (DEM), e o PSB, um partido com "idéais socialistas", é a principal preocupação dos três parlamentares que são contra a fusão. A ex-prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, ameaça, inclusive, deixar o partido caso a idéia se concretize. "Pela incompatibilidade, incoerência que isso representaria. Eu seria uma estranha no ninho", explica. Luiza Erundina ressalva que nem foi procurada pelo neocoronel Eduardo  Campos e diz também que nem sempre o crescimento é positivo: "Cresce, mas cresce inchando. O inchaço é doença, e doença mata". O senador Rodrigo Rollemberg (DF) minimiza a diferença entre as bandeiras partidárias: "Os eleitores do Brasil hoje são de centro. O importante é se o político é bom administrador, não se o partido é de direita ou de esquerda". Para o deputado Dr. Ubiali (SP), "não existem mais partidos de esquerda ou de direita" no Brasil.

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