sexta-feira, 18 de março de 2011

Marina Silva já está a caminho da saída do PV

Após meses de atrito, as relações entre a atual direção do PV e o grupo de Marina Silva caminham para o impasse. Já se fala na possibilidade de Marina Silva deixar o partido. Ela sairia acompanhada por militantes históricos, como o deputado federal Alfredo Sirkis (RJ) e o jornalista e ex-deputado federal Fernando Gabeira (RJ). O impasse foi explicitado na reunião da executiva nacional do partido, realizada na quinta-feira, em Brasília. Ignorando os apelos do grupo de Marina Silva e dos históricos para que se promovam eleições neste ano para a renovação dos quadros de direção, a executiva decidiu adiar para 2012 a convenção já programada para meados deste ano. Isso garante ao atual presidente, José Luiz Penna, que detém o controle quase absoluto da máquina partidária, a permanência no cargo por mais um ano. Será o 13º ano à frente do PV. “Tudo indica que estamos caminhando para uma presidência vitalícia, em um partido que é parlamentarista”, desabafou Sirkis. Ele disse que o grupo de Marina Silva e os históricos ainda tentarão mobilizar as bases do partido e os grupos que apoiaram a a candidatura da ex-ministra do Meio Ambiente. Sua intenção é pressionar a executiva para que a convenção se realize neste ano, como estava previsto desde que Marina Silva se filiou ao PV, no ano passado. “Vamos convocar reuniões realizar seminários onde for possível”, afirmou o deputado: “Não está descartada a hipótese, porém, de Marina e os verdes históricos saírem para criar um novo partido". O deputado ficou surpreso com resultado da reunião. Ele acreditava que o partido iria aproveitar o resultado da campanha eleitoral de 2010, quando Marina obteve cerca de 20 milhões de votos e mobilizou setores expressivos do eleitorado mais jovem, para promover a renovação e o arejamento nos seus quadros. A história tomou outro rumo quando o deputado federal Zequinha Sarney (MA), apresentou uma proposta para se prorrogar por mais um ano o mandato da atual diretoria, presidida por Penna. Submetida a votação, ela foi aprovado por 29 votos a 16. Disse Sirkis: "Marina ficou perplexa ainda que não propriamente surpresa. A animosidade da burocracia no partido contra ela era algo que ela vinha reparando há tempos e eu constantemente lhe garantindo que exagerava. Naquela hora percebi que não. Digamos que, na melhor das hipóteses,  criaram por ela uma relação amor-ódio. Amor pelo que de prestígio indireto pode lhes aportar. Ódio quando sua visão de transição democrática é vista como ameaça a seus poderzinhos". Que gentinha.... e ainda se dão ares de geniais políticos. Isso é Brasil.

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