sexta-feira, 25 de março de 2011

Mauro Knijinik, secretário do peremptório Tarso Genro, e Pérsio Arida, denunciados pela Polícia Federal

Mauro Knijinik

A Polícia Federal indiciou Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central, o empresário gaúcho Mauro Knijinik (secretário estadual no governo do peremptório petista Tarso Genro) em um dos inquéritos da Operação Satiagraha. Pérsio Arida foi denunciado por prática de gestão fraudulenta, evasão de divisas e formação de quadrilha, à época em que ele foi um dos dirigentes do Opportunity Fund, do banqueiro Daniel Dantas. Também foram indiciados sob a acusação de evasão de divisas 42 cotistas do fundo. O jornal Folha de S. Paulo obteve o nome de 26 deles e os divulgou na edição desta sexta-feira. Entre os acusados estão o secretário estadual de Desenvolvimento e Promoção do Investimento do Rio Grande do Sul, Mauro Knijinik, o empresário Romeu Chap Chap, a dona da rede "Amor aos Pedaços", Silvana Abramovay Marmont, e o sócio da casa de espetáculos HSBC Brasil Gladson Tedesco. O inquérito da Polícia Federal investigou o fundo de investimentos Opportunity Fund, sediado nas Ilhas Cayman. Ele participou das privatizações de estatais ocorridas no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), quando adquiriu, entre outros ativos, a tele Brasil Telecom e o terminal de contêineres do porto de Santos. A legislação não permite que investidores residentes no Brasil tenham recursos no fundo, pois os rendimentos das aplicações na carteira estão isentos do pagamento de Imposto de Renda. Porém, segundo a investigação, administradores do fundo ofereceram a moradores do Baís a possibilidade de burlar as regras fiscais brasileiras, investindo na carteira. De acordo com as apurações, ex-funcionários do Opportunity testemunharam que Pérsio Arida coordenou as operações de captação do fundo trabalhando no escritório do Opportunity em São Paulo, e se reportava a Daniel Dantas e à irmã dele, Veronica. O inquérito aponta que Pérsio Arida foi diretor das companhias gestoras do fundo, a Opportunity Asset Management Inc. e a Opportunity Asset Management Ltda., no período de 1996 a 1999. Pérsio Arida foi presidente do Banco Central em 1995 e hoje é um dos principais sócios do executivo André Esteves no Banco BTG Pactual. Mais de 60 cotistas foram ouvidos pela Polícia Federal, mas só aqueles que depositaram mais de US$ 100 mil na carteira foram indiciados, pois o Banco Central determina a declaração de depósitos no Exterior a partir desse valor. Segundo o inquérito, os indiciamentos ocorreram após a confissão de parcela significativa dos cotistas do Opportunity, perícias, cruzamento com informações do caso Banestado e testemunhos de doleiros e ex-funcionários do Banco Opportunity. O inquérito foi concluído em agosto pelo delegado Milton Fornazari e foi enviado para o Ministério Público. Cabe à Procuradora decidir se acusa formalmente os indiciados à Justiça. Se isso ocorrer e o Judiciário aceitar a denúncia, eles se tornarão réus em ação criminal. O Grupo Opportunity procura na Justiça anular toda a Operação Satiagraha e seus filhotes, com a argumentação de que as "provas" foram obtidas de maneira ilegal, com a participação de agentes da Abin, o que é uma afronta à legislação. O caso está no Superior Tribunal de Justiça, suspenso por um pedido de vista. Mas, já tem dois votos favoráveis à pretensão do Grupo Opportunity.

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