quinta-feira, 28 de abril de 2011

Avião espião da Polícia Federal fica no chão por falta de gasolina

A principal promessa da então candidata Dilma Rousseff (PT) para o combate ao narcotráfico, ao tráfico de armas e ao contrabando na fronteira não consegue sair do chão, literalmente. A promessa chama-se Vant, acrônimo de Veículo Aéreo Não Tripulado, um avião que registra imagens sem necessidade de piloto. Ele chegou ao País há mais de um mês, mas não há combustível para os vôos. Um pregão eletrônico aberto para escolher o fornecedor de 12 mil litros de gasolina de aviação, pelo prazo de um ano, foi cancelado por falta de candidatos. A intenção da Polícia Federal é usar a empresa que já abastece os aviões da corporação. O preço do combustível (cerca de R$ 60 mil por trimestre) é irrisório quando comparado ao gasto previsto com essa tecnologia até 2015, de R$ 540 milhões. O Vant virou tema de campanha política no ano passado, quando Dilma apresentou-o nos debates e na propaganda de TV como uma ferramenta revolucionária no modo de patrulhar fronteiras. O avião é guiado por controle remoto, voa a uma altitude média de 5.000 metros e tem uma capacidade tão aguçada que, dessa altura, consegue fotografar a placa de um carro em alta definição. O primeiro Vant importado de Israel está parado em um galpão no aeródromo de São Miguel do Iguaçu, a cerca de 40 quilômetros de Foz de Iguaçu. A região de Foz de Iguaçu foi escolhida pela Polícia Federal para sediar a primeira base de Vant por ser uma das principais portas de entrada de armas, de drogas e de contrabando do Paraguai. Há ainda a acusação recorrente dos Estados Unidos, de que radicais islâmicos usam a tríplice fronteira para lavar dinheiro do terror. A região é tão estratégica do ponto de vista da segurança que o ministro da Justiça, o "porquinho" José Eduardo Cardozo, visitou Foz de Iguaçu em fevereiro e anunciou a implantação de um Gabinete de Segurança Integrada na fronteira e o primeiro vôo do Vant em março. Como se vê, a promessa dele era vazia. O avião importado de Israel faz parte de um pacote que inclui o sistema de controle em terra e um segundo Vant, pelo qual a Polícia Federal pagou cerca de R$ 50 milhões. O sistema completo, com 15 aviões e quatro estações de controle em terra, está orçado em R$ 540 milhões e deve ficar pronto em 2015.

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