terça-feira, 12 de abril de 2011

FMI pede que Estados Unidos tomem "medidas críveis" para reduzir dívida

O FMI (Fundo Monetário Internacional) estima que, nos próximos cinco anos, a dívida dos Estados Unidos vai superar 110% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Por isso, o Fundo pediu que o governo americano adote "medidas críveis" para reduzir sua dívida. O FMI acrescentou, em seu "Relatório sobre Vigilância Fiscal", publicado nesta terça-feira, que o atraso na consolidação fiscal em países como os Estados Unidos é um dos motivos para que os riscos que afetam a sustentabilidade fiscal em nível mundial sigam "elevados". Segundo as projeções do Fundo, os Estados Unidos terão este ano o maior deficit público dos países avançados, equivalente a 10,8% do PIB, alinhado com o previsto pela entidade em janeiro. Em 2008, ano em que começou a crise financeira no país, que se espalhou para o mundo, o deficit público americano era de 6,5%. Em 2012, a previsão é de que o déficit americano chegue a 7,5% do PIB, dois décimos a mais do que o FMI tinha anunciado em janeiro. O FMI considera "essencial" que as economias avançadas iniciem o mais rápido possível um processo de redução anual dos coeficientes de endividamento para níveis "prudentes" a médio prazo. "Está claro que esses resultados estão exercendo uma grande pressão sobre as contas fiscais", afirmou o diretor do Departamento de Assuntos Fiscais do FMI, Carlos Cottarelli. O diretor disse que Estados Unidos e Japão são os únicos países das economias avançadas que não irão reduzir seus déficits públicos esse ano. O diretor do FMI disse que "o aspecto positivo dos Estados Unidos é que o país tem muita credibilidade". Cottarelli alertou, porém, que se "o risco" em torno do déficit dos Estados Unidos se materializar, e o país for incapaz de fazer frente à sua dívida, as consequências seriam muito sérias, não só para Washington, mas para todo o mundo. O Japão tem a maior relação dívida/PIB do mundo, em mais de 200%.

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