quinta-feira, 28 de abril de 2011

Marina Silva diz que Brasil está refém de Belo Monte

O Brasil está refém de Belo Monte. A afirmação é da ex-senadora Marina Silva (PV-AC), ao avaliar o planejamento energético do País para os próximos anos, que ela considera insuficiente. Para ela, a mega usina hidrelétrica, que terá mais de 11 mil MW (megawatts) de capacidade instalada, não tem viabilidade econômica e social. Marina Silva frisou que o setor público sustenta o projeto, diante da falta de interesse de agentes privados. "A gente vive com a corda no pescoço a cada ano, com risco de apagão. Não podemos ficar reféns de um empreendimento como Belo Monte. Vão passar por cima dos índios caiapós e fazer de qualquer jeito?", afirmou, em debate promovido pela Fundação Heinrich Böll na Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Rio de Janeiro, que discutiu o uso de energia nuclear. Marina Silva admitiu a utilização da região Amazônica para viabilizar alguns projetos, desde que sejam utilizados rigorosos critérios ambientais. Segundo ela, até pouco tempo atrás, as usinas do rio Madeira eram apresentadas como a grande solução do País. "Passaram-se alguns meses e veio Belo Monte. Daqui a pouco, aparece outro projeto desse tipo", observou. Se o País priorizasse o investimento em biomassa, com a produção a partir do bagaço de cana de açúcar, o Brasil poderia gerar o equivalente a três usinas de Belo Monte, destacou a ex-ministra do Meio Ambiente. Não há justificativa econômica e, especialmente, ambiental, para se construir novas usinas nucleares, acrescentou Marina Silva, lembrando ter votado contra o projeto de Angra 3 dentro do Conselho Nacional de Política Energética, quando era ministra, no governo Lula.

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